Passados os primeiros meses de relacionamento, quando o casal vai ganhando intimidade e a liberdade de ser quem é, um diante do outro, os primeiros problemas tendem a surgir.
A névoa do encantamento dá lugar à beleza e, também, dureza do conhecimento!
É neste momento que a síndrome do Éden ataca os pombinhos (hehehe), o jogo do empurra-empurra, “a culpa é da mulher que Tu me deste”; a cada atrito o defeito do outro se acentua e o nosso é esquecido…
Vocês estão achando essa conversa estranha, só que eu sou assim?!
Os primeiros meses de namoro relevam os ajustes necessários para que o relacionamento progrida de maneira saudável e, se isso for ignorado, pode representar grande prejuízo no futuro.
O problema é que a nossa tendência é acreditar que o defeito está no outro… afinal: “é o comportamento dele que me irrita”; “é o que ele faz que me faz ficar irada, enciumada ou simplesmente chateada”.
É, de fato o comportamento do outro gera algo em nós, mas a nossa resposta revela onde está o nosso coração.
Tudo que nos acontece é uma oportunidade de Deus tratar o mal que habita em nós.
O namoro é um campo farto para o trabalhar do Senhor em nossas vidas, só temos a ganhar quando tiramos o pecado do outro do primeiro plano e colocamos o nosso.
Afinal, aquele que não tira primeiro a trave do seu olho, antes de apontar o cisco no olho de seu irmão é chamado por Deus de hipócrita (Mt 7:5)!
Eis aqui algumas coisas que o Senhor tratou em meu coração através do namoro:
Ciúmes
Eu não sou ciumenta, ou melhor, achei que não era!
A bíblia diz que o amor não arde em ciúmes (1Co 13:4), pois é paciente e benigno.
Ou seja, o ciúme não é uma característica benigna para o relacionamento.
Por outro lado, a Palavra, por vezes, se refere ao Senhor como um Deus zeloso = ciumento (Dt 6:15; Ex 20:5).
Então qual a diferença do ciúme pecaminoso para o zelo ou “ciúme santo”.
Bem, a Bíblia não entra nesses pormenores, porém, é possível extrairmos algumas lições dos versículos acima citados.
Em deuteronômio 6, o versículo 14 adverte o povo de Deus a não seguir outros deuses, daí o disposto no versículo seguinte: “porque o Senhor, teu Deus, é Deus zeloso no meio de ti”. Êxodo 20:5, traz advertência no mesmo sentido.
O zelo santo refere-se às coisas de Deus!
O ciúme, por outro lado, revela desejos pecaminosos do nosso coração, seja pelo afã de controlar o afeto do outro, ser o centro das atenções, controlar o que o outro faz, ou querer tudo para si.
Independentemente de qual a raiz, se a sua manifestação de ciúme não decorrer pelo zelo da palavra de Deus, ela é pecaminosa e precisa ser tratada.
Fique alerta aos sinais e se coloque diante do Pai com humildade e coração quebrantado, e ele “endireitará as tuas veredas”;
Controle
Você é controladora?
O namoro é uma excelente ferramenta de Deus para revelar corações repletos do pecado do controle, sim, pecado!
Sabe quando você quer algo do jeito que você quer, na exata hora que você quer, e se as coisas não saem assim ou da forma que você planejou, “sai-de-baixo”?!
Eis aí o reflexo de um coração controlador.
Outro aspecto, é quando você quer transformar o seu namorado, você diz o que ele tem que fazer, como tem que fazer e quando deve fazer, inclusive o que o outro deve ou não pensar e até como reagir diante disto ou daquilo.
O problema desse tipo de comportamento é que – além de ser sufocante e atrapalhar o desenvolvimento de um relacionamento sadio – ele coloca Deus em segundo plano!
O nosso Deus é soberano, Ele é o único Senhor, o único controlador do universo, das circunstâncias e de nossos corações.
Quando você tenta controlar tudo e todos ao seu redor, inclusive o seu namorado, você está dizendo que Deus não é suficiente para fazê-lo, deixa de buscar em oração e viver na dependência do Senhor, interpretando um papel que você jamais será capaz de sustentar.
Não é que não possamos ou até devamos exortá-lo em amor quando necessário, mas precisarmos saber que apenas Deus transforma corações.
Porém, não nos esqueçamos, o nossos Deus é tão bondoso que nos lembra, em Filipenses 4, que Ele está cuidando de nós e não devemos andar ansiosos de coisa alguma, pois ele provê tudo de que necessitamos (para você e para o seu amado, no tempo dEle e à maneira dEle!);
Egoísmo
“É melhor dar do que receber” (At. 20:35)
O namoro é o princípio de uma vida de doação.
Um lar é formado por duas pessoas que se doam, o contrário disso é campo de guerra.
O namoro pode revelar a sua dificuldade de renunciar à sua vontade, de colocar o outro em primeiro lugar, de ser servo, de doar o seu tempo ou os seus recursos, e por aí vai…
Lembro-me que no início do relacionamento eu tinha dificuldades em consultar meu namorado antes de tomar decisões, pois eu estava acostumada a fazer isso sozinha por muito tempo. Contudo, com o passar do tempo, Deus foi mostrando que parte dessa dificuldade tinha a ver com o fato de eu querer as coisas do meu jeito, revelando o egoísmo do meu coração.
Mas calma, não é só o seu pecado!
No namoro e futuro casamento você terá de lidar com o pecado do outro!
Como você vai reagir quando o teu amado der uma de Adão e te jogar a culpa ou quando ele não estiver sendo como Cristo, dando a vida por você, ou como ele não te amar como ama a si mesmo?
Acompanhe o nosso próximo artigo, falaremos sobre o que fazer quando você se deparar com o pecado de quem ama.
Até mais!
Vitória Maria Carvalho
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