“Por isso, meus amados irmãos, fujam da idolatria. Estou falando a pessoas sensatas; julguem vocês mesmos o que estou dizendo. Não é verdade que o cálice da bênção que abençoamos é uma participação no sangue de Cristo, e que o pão que partimos é uma participação no corpo de Cristo? Por haver um único pão, nós, que somos muitos, somos um só corpo, pois todos participamos de um único pão… Quero dizer que o que os pagãos sacrificam é oferecido aos demônios e não a Deus, e não quero que vocês tenham comunhão com os demônios. Vocês não podem beber do cálice do Senhor e do cálice dos demônios; não podem participar da mesa do Senhor e da mesa dos demônios. Porventura provocaremos o ciúme do Senhor? Somos mais fortes do que ele?”

No texto de hoje, depois de exortar os corintos à humildade, à santidade e à unidade, e usar a si mesmo como exemplo, Paulo usa como exemplo o povo de Israel. Corinto era uma igreja muito abençoada por Deus com conhecimento e com dons (1 Co 1.7), assim como todos do povo de Israel eram abençoados por favores e privilégios da parte de Deus (10.1-4). No entanto, mesmo assim, desagradaram a Deus (10.5), cobiçaram coisas más (10.6), tornaram-se idólatras (10.7), cometeram imoralidade sexual (10.8), colocaram o Senhor à prova (10.9) e queixaram-se da provisão divina (10.10). Deus quis que estas coisas fossem registradas como exemplo para os corintos e para nós, a igreja.

Por isso, “Aquele que julga estar firme, cuide-se para que não caia.” (10.12). Nenhuma de nós pode reclamar que cai em pecado porque nos falta alguma coisa. Na verdade, temos provisão completa de Deus (Ef. 1.4), somos ricas em TUDO em Cristo Jesus (1 Co 1.5). Por isso, se cairmos, é por descuido, não por falta de proteção. “Não sobreveio a vocês tentação que não fosse comum aos homens… quando forem tentados, ele (Deus) lhes providenciará um escape, para que o possam suportar.” (10.13). Quão profundo o amor e o cuidado de Deus para com seu povo! 

Tendo essa certeza em mente, queridas amigas, fujam da idolatria.” (10.14 reescrito). Pense comigo: mesmo com toda a sorte de alimento espiritual – lembre-se que a presença de Deus acompanhava o povo de Israel, que Deus chegou a falar com eles audivelmente – o povo de Israel caiu em pecado. Não um deles, mas muitos do povo. Não uma vez, mas várias. Sabe por quê?

Porque fomos feitos para adorar. Você sabia disso? O coração do homem é um adorador. Todas as pessoas que existem no mundo, até as sem religião, são adoradoras. Talvez do dinheiro, talvez de si mesmas, talvez de suas famílias. Mas são adoradoras. E quando o povo de Israel descuidava, “julgava-se firme”, caía. Uma concessão aqui, outra ali e, pronto, lá estava o povo servindo a algum outro deus – seu desejo, sua vontade, seu plano.

Da mesma maneira, os corintos estavam fazendo concessões em várias áreas e agindo como os que não conheciam a Deus. Brigavam entre si (1 Co 1-2); permitiam na igreja a presença de um membro que estava transando com a madrasta (1 Co 5), sem nem ao menos lhe exortar; levavam uns aos outros à corte, sem tentar resolver suas discordâncias entre si (1 Co 6). Eles chegavam a desconsiderar seus irmãos na fé justificando suas escolhas com base na “liberdade cristã” (1 Co 8). Em especial aqui no capítulo 10, a presença e a participação na comida do templo, que poderia ser tentadora para eles e levá-los a cair na idolatria, é condenada por Paulo, porque o conhecimento e os dons que eles possuem não são garantia de que eles não cairão, vide o exemplo de Israel. Por isso Paulo concluiu com um “‘Tudo é permitido’, mas nem tudo convém. ‘Tudo é permitido’, mas nem tudo edifica.” (v.23).

Pergunte-se: Será que tenho usado de minha liberdade para flertar com outros ídolos? Será que tenho feito pequenas concessões? Estou “provocando o ciúme do Senhor” ao flertar com algum ídolo? Tenho tentado viver uma vida que serve a Deus e, ao mesmo tempo, aos meus próprios interesses? O que será que tenho adorado? A que dedico o meu tempo? Onde gasto o meu dinheiro? O que me traz felicidade? Muito provavelmente encontrarás aí tua resposta.

Oração: Sonda-me, ó Deus, procura em meu coração se há alguém além de ti. Ajuda-me a descobrir quem está tomando espaço no altar da minha vida, o que rouba meu tempo, desfruta de meu dinheiro e me faz pensar que sou feliz. Sei que a verdadeira felicidade só é encontrada em ti. Quero aprender com aqueles que vieram antes de mim e falharam, para não repetir seus erros. Não quero cair em pecado por achar que estou firme, mas irei vigiar e orar, como Jesus deixou exemplo. Em nome de Jesus. Amém.