“Visto que há inveja e divisão entre vocês, não estão sendo carnais e agindo como mundanos? Pois quando alguém diz: ‘Eu sou de Paulo’, e outro: ‘Eu sou de Apolo’, não estão sendo mundanos? Afinal de contas, quem é Apolo? Quem é Paulo? Apenas servos por meio dos quais vocês vieram a crer, conforme o ministério que o Senhor atribuiu a cada um.”

Você não precisa fazer parte de uma igreja local para perceber como a desunião e as brigas fúteis se tornaram parte do cristianismo. Basta abrir seu Facebook (ou Twitter, Instagram). Brigas de preferência se tornaram a maior perda de tempo entre os cristãos na internet. Basta alguém postar alguma opinião ou ideia que outros cristãos já rebatem ferozmente. Essas batalhas são sem valor e mundanas, porque geram divisão, e não unidade.

Se nossos pensamentos ainda são guiados por ideais mundanos e não pelo Espírito, um dos resultados é discordância dentro da igreja – no caso dos coríntios, quem é mais importante (Paulo/Apolo). No nosso caso, pode ser Calvinismo e Arminianismo, questões sobre a volta de Cristo e o milênio, apoio a diferentes líderes ou pastores, padrões de modéstia, namoro e corte, resumindo, discussões desnecessárias.

Entenda que não estou dizendo que seja errado ter preferências ou opiniões teológicas. Nem foi isso que Paulo disse. Mas perdemos tanto tempo e causamos tanta intriga e divisão ao nos agarrarmos ferozmente às nossas preferências e aos nossos conhecimentos, que deixamos de anunciar a Cristo.

Além disso, é uma baita demonstração de orgulho. “Pois quem torna você diferente de qualquer outra pessoa? O que você tem que não tenha recebido? E, se o recebeu, por que se orgulha, como se assim não fosse?” (4.7). Não somos nada. Tudo o que temos que realmente importa é Cristo. Por isso, “não pregamos a nós mesmos, mas a Jesus Cristo, o Senhor […] Ele mesmo brilhou em nossos corações, para iluminação do conhecimento da glória de Deus na face de Cristo. Mas temos esse tesouro em vasos de barro, para mostrar que este poder que a tudo excede provém de Deus, e não de nós.” (2 Co 4.5-7). Enquanto Paulo ia às igrejas com “fraqueza, temor e muito tremor”, não usando de “palavras persuasivas de sabedoria” (v.3,4), o que mais vemos nessas batalhas e discussões sem fim são um uso de eloquência e argumentação desnecessários. Onde está o Cristo crucificado sendo pregado?

Por isso Paulo disse aos coríntios “Suplico a todos vocês que concordem uns com os outros no que falam, para que não haja divisões entre vocês; antes, que todos estejam unidos num pensamento e num só parecer.” (1 Co 1.8). O que ele quis dizer com estarmos “unidos num pensamento e num só parecer”? Que não adianta sermos eloquentes ou sábios em expor nossas preferências e conhecimentos teológicos. O que mais importa é pregar o Cristo crucificado (2.1,2). É isso o que nós temos em comum com todos os santos, é isso que nos une a eles em pensamento e em parecer.

Fica aqui uma lição para nós: estude as Escrituras, aprenda com bons líderes, pastores e autores, dedique-se a conhecer a Deus e tornar-se mais parecida com Cristo. Mas não se considere sábia por causa de seu conhecimento nessas áreas, antes, pregue a Cristo (3.18) com suas palavras, seus textos, mensagens, postagens no Face, Insta e Twitter. Que Ele seja visto em seu viver, e em suas palavras.

Oração: Senhor Jesus, é tão fácil me apegar aos meus conhecimentos, que às vezes reajo erroneamente quando discordam de mim. Dou mais importância ao que EU sei, ao que EU estudei, ao que EU aprendi, e me esqueço que foi o Senhor que me permitiu saber, foi o TEU Espírito que me revelou a verdade, é a TUA palavra que ilumina os meus caminhos, foi o TEU Filho quem mudou a minha vida. Ajuda-me a viver uma vida que prega a Cristo, com minhas atitudes, mas também com minhas palavras. Em nome de Jesus. Amém.