A integridade dos justos os guia, mas a falsidade dos infiéis os destrói. (Pv 11:3)

Recentemente estava em um grupo de amigas e conversávamos sobre uma das meninas do grupo, dizendo como admirávamos o jeito dela ser tão legal com todo mundo. Foi então que uma das meninas disse: “Sabe, fulana, no começo eu até pensava que você era meio falsa! Só depois de te conhecer mais é que vi que você era sincera.”. Fiquei pensando sobre aquilo… Por que muitas vezes rotulamos algumas de “falsas”? O que é de fato essa falsidade e o que leva uma pessoa a ser assim? O que será que a Bíblia fala sobre isso? Afinal, ninguém quer ser rotulado falso e nem quer se relacionar com alguém falso!

A definição mais óbvia de “falso” é “aquilo que não é verdadeiro”. Mas podemos ir mais além e perceber que normalmente classificamos como falsas pessoas mentirosas, que não agem com sinceridade e nem são verdadeiros nas suas atitudes. Normalmente a falsidade esconde outros pecados, como o ódio por exemplo. Veja o que a bíblia diz em Provérbios:

“Como uma camada de esmalte sobre um vaso de barro, os lábios amistosos podem ocultar um coração mau. Quem odeia, disfarça as suas intenções com os lábios, mas no coração abriga a falsidade. Embora a sua conversa seja mansa, não acredite nele, pois o seu coração está cheio de maldade. Ele pode fingir e esconder o seu ódio, mas a sua maldade será exposta em público.” (26:23-26)

Quantas vezes já vi meninas tratando super bem alguma outra e quando esta vira as costas, começam os comentários maldosos! Muitas vezes agem assim porque foram machucadas, humilhadas. Mas e nós, cristãs? Como temos agido? Em Lucas 6:27-28, Jesus diz:

“Mas eu digo a vocês que estão me ouvindo: Amam os seus inimigos, façam bem aos que os odeiam, abençoem os que os amaldiçoam, orem por aqueles que os maltratam.”

A Bíblia não diz: “Ame somente quem te tratar bem e for legal com você!”. Somos chamadas a amar até mesmo nossos inimigos! Até mesmo aquela menina “insuportável”! Mas será que “amar” significa simplesmente tratar bem a pessoa? Isso não parece meio falso também? De fato, o que Cristo nos chama para fazer é amar nossos inimigos, e não fingir que amamos nossos inimigos. A pessoa que trata bem, mas odeia no coração, também está pecando! É importante dizer que o amor não é um sentimento, mas sim uma decisão. Se eu odeio uma pessoa, amá-la não significa tratá-la bem enquanto continuo alimentando ódio por ela no meu coração. Significa lutar contra meu desejo carnal de alimentar o ódio e decidir perdoar, estender graça, assim como Cristo faz conosco! (veja a atitude do servo incompassivo em Mateus 18:23-35)

Portanto, não devemos ser falsas, mas coerentes com a decisão de amar. Isso inclui: não apontar constantemente o erro do outro de forma a julgá-lo (existe uma grande diferença entre exortar em amor com o objetivo de restauração e julgar para humilhar ou machucar!), não falar mal do outro, não alimentar pensamentos pecaminosos sobre o outro.

Se você tem uma postura de falsidade, cria uma imagem errada sobre quem é Cristo e o que Ele faz. Ele não tem “duas caras”, não é falso. Ele é o mesmo, ontem hoje e sempre (Hb 13:8). Ele é sincero, humilde e manso (Mt 11:29). Ele é íntegro, inteiramente e totalmente amável! Diferente de Satanás que é enganoso, falso e mentiroso (Jo 8:44).  Você tem espelhado o caráter de Cristo em sua vida? Como tem sido suas amizades?

Para pensar, quero mostrar um último texto:

“Quanto ao mais, tenham todos o mesmo modo de pensar, sejam compassivos, amem-se fraternalmente, sejam misericordiosos e humildes. Não retribuam mal com mal nem insulto com insulto; pelo contrário, bendigam; pois para isso vocês foram chamados, para receberem bênção por herança. Pois, “quem quiser amar a vida e ver dias felizes, guarde a sua língua do mal e os seus lábios da falsidade. Afaste-se do mal e faça o bem; busque a paz com perseverança.” (1 Pe 3:8-11)

Que possamos desenvolver relacionamentos baseados em amor e não em falsidade!