O tamanho que vemos o Avião nos mostra quanto perto , ou não, estamos dele.

Um dia, uma menininha chamada Emma, com seus 3 anos de idade, estava andando na praia de mãos dadas com seu pai. Era um dia lindo e muito ensolarado quando, de repente, lá no alto, algo chama sua atenção:  ela  avista uma coisa a principio sem forma, tão distante que nem dava para enxergar direito. Na mesma hora, com um puxão repentino e desesperado no shorts de seu pai, ela pergunta numa voz animada e altiva, apontado para aquele objeto até então desconhecido: “― Papai, o que é aquilo lá no céu?”.

Ao olhar seu pai dar uma leve risadinha carinhosa e dizer que era apenas um avião, Emma não se contenta com a resposta do seu pai, afinal de contas, não aparentava em nada ser um avião. Então novamente ela pergunta: “― Mas, papai, é tão pequeno, como pode ser um avião?”.

Sabemos que o avião visto de perto é grande, e essa história um pouco infantil nos traz um grande ensinamento para nossa vida espiritual: A grandeza de Deus será melhor vista por mim quanto mais perto eu estiver dEle. Em Romanos 12:1-2 vemos a verdade dessa frase e quais as implicações dela em nossas vidas.

Romanos 12:1 começa com a conjunção PORTANTO, a fim de concluir o raciocínio feito anteriormente em Rm. 11:33-36, ou melhor, apresenta a consequência do que havia sido dito. Imediatamente anterior a este termo, Paulo usa versos que compunham um hino, que foi chamado de “Hino de Louvor a Deus”, para glorificar e exaltar a Deus, mostrando Seu grandioso poder, sabedoria e conhecimento: “Quão insondáveis são seus juízos e inescrutáveis os seus caminhos” (v.33b).

Mais ainda, mostra a autossuficiência da existência de Deuse m uma frase linda do poeta  inspirado que diz:  “Pois dele, por ele, e para ele são todas as coisas. A Ele seja a glória para sempre! Amém” (v.36). Paulo irrompeu de louvores após ver os grandiosos feitos, planos e sabedoria de Deus. Esse é o motivo dEle escrever esses  três versículos maravilhosos.

Logo em seguida, no versículo 1 do capitulo 12, introduz-se a conjunção mencionada acima, PORTANTO, que desenrola o que Paulo estava querendo expressar com o hino citado.

“Portanto irmãos, rogo-lhes pelas misericórdias de Deus que se ofereçam em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, este é o culto racional de vocês. Não se amoldem ao padrão desse mundo, mas transformem-se pela renovação da sua mente, para que sejam capazes de experimentar e comprovar a boa, agradável e perfeita vontade de Deus.” (Rm. 12:1-2, NVI)

Paulo está falando para aqueles que são filhos de Cristo, salvos pela graça. Porque elese refere aos leitores como irmãos, sabemos que eram pessoas, em sua grande maioria, salvas e conhecedoras (ao menos um pouco) da Palavra de Deus.

É por causa da percepção correta de Paulo da glória de Deus que ele, logo em seguida, roga para que nos ofereçamos em sacrifício vivo (o sacríficio de nossos desejos pela vontade dEle), buscando a santidade e sendo agradáveis a Deus em todo o tempo, pois assim estaremos prestando culto a Ele com nossas mentes e corações. Esta é a vontade de Deus para nós, que é muito boa, que é perfeita mesmo em meio as dificuldades, pois em meio a elas temos o Consolador que nos dá paz, segurança e força (Rm. 5:3; Jo. 16:33; 2Co. 1:3-4).

Essa perspectiva que Paulo tinha sobre a glória de Deus, e que devemos ter também, nos leva a reconhecer quem somos (Rm. 3:10) quando vemos o quão pequenos somos diante de Deus (Rm. 11:33-36), mas também reconhecemos o amor de Deus por nós, que nos tirou das trevas, da injustiça, da ira de Deus que estava sobre nós e, mesmo não merecendo, ele nos deu a vida eterna através de Cristo, em quem foi lançada toda a ira por causa da culpa que tínhamos , imputada a nós desde Adão. Quando me deparo com essas realidades,  elas não me dão outra opção a não ser perceber a magnitude da glória de Deus, e então minha vida começa a estar de baixo daquilo que Deus de antemão preparou para mim, uma vida santa, piedosa, para as boas obras (Ef. 2:10).

Resumindo tudo que foi falado, Paulo foi impactado pela glória de Deus, ou seja, ele viu a magnitude e a grandeza de Deus, e isso o fez querer viver uma vida inteiramente entregue a Deus somente.

E isso implicava toda sua vida, não  se amoldando aos padrões do mundo, mas sempre renovando sua mente com tudo que Cristo fez e tudo que ele era em Cristo, e sua resposta de gratidão, amor, prazer e alegria.  Paulo via o avião de Deus tão grande, que nada que o mundo pudesse oferecer seria maior que isso.

Voltando à nossa história, na volta para casa o pai de Emma passa com a filha por um aeroporto e lhe mostra de perto um lindo e enorme avião. Quando Emma o vê, fica surpresa, agora não mais por seu tamanho minúsculo, mas por sua grandeza. “― Que avião enorme!”, diz ela, com olhar e voz de grande admiração. Seu pai vira para ela e, num tom suave, diz que muitas vezes só veremos a grandeza das coisas quando estivermos mais perto delas.

E quanto a vocês?

  • Qual o tamanho de Deus na sua vida?
  • O que tem sido visto com maior clareza, ou o que é mais perceptível em sua vida? (Beleza, um namorado, você mesma, a vontade de querer coisas, dinheiro, sexo, inteligência, popularidade, fama, etc…)
  • E, por último, qual o tamanho do seu Deus? Será que Ele pode ser maior que todas essas coisas?
  • Deus pode tornar-se grande em sua vida à medida que você anseia e busca conhecê-lo, à medida que ele é sua prioridade, e pela importância que você dá para a vontade e a lei dEle para sua vida. Passe tempo lendo a bíblia e orando para que suas atitudes de mente e coração sejam agradáveis a Ele.

Viva cada dia olhando a imensidão da grandeza de Deus, e então permita-se ser impactada pela glória de Deus. Assim você terá uma vida que O glorifica.

Nota: Algumas das ideias aqui expressas procedem de uma pregação do Pr. Renato Buzo.