Como você definiria inveja? Como uma sensação ruim no peito? Aquele nózinho na garganta? Aquela sentimento que você sabe que é errado e que quando passa pela cabeça você já tenta tirar? Você acredita que existe “inveja santa?”.

Todo mundo já sentiu inveja em algum momento da vida. Seja de alguém. Seja de algo. A verdade é que nós  só invejamos pessoas com quem nos identificamos. Quando aquela pessoa, ou aquela coisa comunica algo conosco, nós a invejamos. Nós temos inveja quando sentimos que alguém está usufruindo de um privilégio que deveria ser nosso (pelo menos na nossa cabeça), quando alguém consegue algo, compra algo, alcança um cargo desejado na empresa, uma nota em um trabalho na escola ou na faculdade. Não é à toa, que muitas vezes, o pecado da inveja resulta em cobiça

As vezes nem queremos de verdade o que a outra pessoa tem, mas, simplesmente ficamos ressentidos porque eles possuem o que nós não temos. E de alguma maneira tentamos arrumar justificativas para mostrar como aquilo não é justo conosco.

A verdade é que para nós o que temos nunca é o suficiente. Nosso coração, como diria Calvino, é uma fábrica de ídolos que sempre continua querendo mais e mais. E quando vemos que outra pessoa tem mais, ou tem o que queríamos ter, nós logo pensamos que precisamos ter igual. Isso vai desde uma blusa, modelo de celular até o relacionamento, um cargo na igreja ou emprego de outra pessoa.

Ambições que, por si só, não são erradas, mas quando transformadas em donas da nossa alegria, tornam-se profundamente pecaminosas e escravizadoras. Muitas vezes, só percebemos o quanto construímos ídolos quando chega a frustração por não conseguirmos alcançar o que planejamos.

Muitas pessoas se dizem ambiciosas quando na verdade são apenas invejosas. Não é apenas um desejo de ser algo ou alcançar algum patamar (que também pode ser pecado mas isso é outra história), mas, o que elas realmente querem é que apenas elas tenham e o outro não. Ou então, que no mínimo, você consiga primeiro.

Na Bíblia, nós temos a clássica história de inveja entre Davi e Saul. Davi que não tinha pretensão nenhuma em ser rei (mesmo Samuel já tendo profetizado que ele seria), vivia sua vida no palácio servindo ao rei Saul, que sucumbiu a própria inveja, o que levou a sua queda. Inveja de Davi, por medo que esse tomasse seu trono, porque Saul idolatrava o fato de ser Rei e não Aquele que lhe deu o reinado. (1 Sm 18).

Olha as proporções em que a inveja pode chegar. Saul não perdeu apenas o reinado mas também sua comunhão com Deus tamanho ódio que se apossou do coração dele. E isso começou na inveja.

A inveja começa como um pecado sutil, quase inofensivo. A ideia da “inveja santa”. Isso não existe! A inveja é um sintoma do nosso coração pecador orgulhoso que não aceita ter alguém melhor do que nós. Existe um motivo pelo qual não sentimos inveja de famosos e etc., porque sabemos que não podemos competir com eles, nossa inveja vem do nosso colega, do nosso amigo que está ao nosso lado.

A verdade é que a inveja é demonstração de um coração ingrato!

Ter inveja é dizer que as benção que Deus nos dá e o que Ele faz nas nossas vidas não é o suficiente e que Ele está sendo injusto. Muitas pessoas pensam que não é justo não ter determinada coisa, ou que não é justo que a alguém tenha recebido algo antes de você. Mas…quem é você para definir o que é  justo?

Há sim pessoas que são melhores que nós em muitas coisas que fazemos. E glória a Deus por isso! Deus distribui diferentes dons no Corpo, em proporções diferentes para formar um corpo perfeito. Quão péssimo, e incompleto, o Corpo seria se todos tivéssemos os mesmos dons e as mesmas funções.

Uma pessoa ingrata nunca vai estar satisfeita com o que tem e sempre vai achar “a grama do vizinho mais verde”. Esse é exatamente o campo perfeito para a inveja florescer no seu coração. E a ingratidão é o adubo perfeito. Como anda a gratidão no seu coração? Você tem visto mais as coisas que “te faltam” ou as que Deus já tem te dado? Tudo é uma questão de para onde você direciona o seu olhar.

E o tratamento para um coração invejoso é igual qualquer outro pecado:

“Na luta contra o pecado, vocês ainda não resistiram até o ponto de derramar o próprio sangue”. (Hebreus 12.3-4)

É até derramar o sangue se for preciso! É rendida aos pés da cruz de Cristo que encontramos a resposta e a ajuda para o nosso coração ingrato e invejoso. Minha amiga, Cristo já fez tanto por nós, muito além do que podemos medir e até mesmo entender, se renda, agradeça e se satisfaça!