Recentemente, foi noticiada a separação do Gusttavo Lima e da Andressa Suita. Alguns meses atrás, a Luísa Sonza e o Whindersson Nunes também terminaram o casamento. Tantos outros casais famosos, ou não, terminaram seus relacionamentos aparentemente perfeitos. O que todos eles costumam ter em comum? A resposta mais frequente é que não se sentiam mais felizes e por isso decidiram buscar novos caminhos. Sempre que leio notícias assim me pergunto sobre quando deixaram de ser felizes, já que pareciam tão plenamente satisfeitos com a vida.

Notadamente, não conhecemos verdadeiramente o que se passa na vida íntima das pessoas. A proposta não é avaliar os relacionamentos ou o que efetivamente impulsionou as pessoas a desistirem de seus relacionamentos. O meu questionamento hoje é simples: você, querida leitora, é feliz? 

Quando você pensa sobre o assunto, o que vem a sua mente? Uma situação? Uma sensação? Talvez uma experiência ou um relacionamento? 

Jon Bloom, no artigo “All men seek happiness (Todos os homens procuram a felicidade, em tradução livre), diz que todas as pessoas buscam a felicidade ou procuram alguma felicidade. Não é necessário longos argumentos para perceber que todos desejam, em certa medida, sentir-se felizes. Mudamos de emprego, cidade e até relacionamentos para preencher a sensação de alegria que nosso coração deseja. Perseguimos esse desejo de completude e satisfação. É intrínseco a quem somos.

“Quando temos chance, todos nós buscamos um caminho que acreditamos que irá resultar na melhor sensação de bem-estar desejável – o que realmente a palavra ‘felicidade’ significa. Nós orientamos nossas vidas – até mesmo o fim delas – de acordo com essa busca. Nosso desejo pela felicidade está embutido em nós. Por Deus.” (tradução livre)

A procura pela felicidade é legítima. Bloom entende que “buscar a felicidade não é pecado. Pecado é buscar a felicidade separado ou em oposição à Deus” (tradução livre). O que seria, então, a felicidade verdadeira? 

A felicidade bíblica não é passageira, como o nosso humor, tampouco se parece com os desejos egoístas que nosso coração apresenta. Quando Jesus prega sobre as bem-aventuranças, ou sobre a felicidade, Ele muda o paradigma.

Felizes os pobres de espírito, pois o reino dos céus lhes pertence. Felizes os que choram, pois serão consolados. Felizes os humildes, pois herdarão a terra. Felizes os que têm fome e sede de justiça, pois serão saciados. Felizes os misericordiosos, pois serão tratados com misericórdia. Felizes os que têm coração puro, pois verão a Deus. Felizes os que promovem a paz, pois serão chamados filhos de Deus. Felizes os perseguidos por causa da justiça, pois o reino dos céus lhes pertence. Felizes são vocês quando, por minha causa, sofrerem zombaria e perseguição, e quando outros, mentindo, disserem todo tipo de maldade a seu respeito. Alegrem-se e exultem, porque uma grande recompensa os espera no céu. E lembrem-se de que os antigos profetas foram perseguidos da mesma forma.” (Mateus 5:3-12 – NVT, grifos nossos)

Feliz é o que chora, o humilde, o perseguido, o misericordioso… Não é a sensação de alegria, o frio na barriga, o êxtase por alguma conquista, mas uma vida devota ao Senhor. O parâmetro de felicidade bíblica é diametralmente oposto ao que nosso coração egoísta procura e não encontra. Para John Piper, “o desejo de ser feliz é divino e não deveria ser negado, mas direcionado à Deus para satisfação” (tradução livre). 

Na carta aos Filipenses, o Apóstolo Paulo, enquanto preso, nos encoraja a alegrarmo-nos sempre no Senhor. Qual razão alguém perseguido e encarcerado teria de se alegrar? 

“Por fim, meus irmãos, alegrem-se no Senhor. Nunca me canso de dizer-lhes estas coisas, e o faço para protegê-los. Cuidado com os cães, aqueles que praticam o mal, os mutiladores que exigem a circuncisão. Pois nós, que adoramos por meio do Espírito de Deus, somos os verdadeiros circuncidados. Alegramo-nos no que Cristo Jesus fez por nós. Não colocamos nenhuma confiança nos esforços humanos” (Filipenses 3:1-3 – NVT, grifos nossos)

E o que Cristo fez por nós que nos é motivo de grande alegria? Jesus Cristo, o próprio Deus triuno, encarnou para nascer de uma virgem, viveu nessa Terra sem pecado e se entregou à morte de Cruz para propiciação dos nossos pecados, reconciliando-nos com Deus. Razão não há para felicidade maior. Em Cristo, fomos resgatados e redimidos. Nele, podemos viver felizes, pois temos paz com Deus.

Piper, em tradução livre, disse que “idolatria não é buscar a felicidade de forma absoluta. Idolatria é encontrar a felicidade absoluta em qualquer outro lugar que não seja em Deus”. Somos verdadeiramente satisfeitos e felizes em Cristo, ainda que as circunstâncias sejam adversas e os sentimentos oscilem, pois nossos corações encontram contentamento na redenção das nossas almas.

Honestamente, nem sempre me sinto alegre. A vida é difícil. Algumas circunstâncias são dilacerantes. Muitas vezes me sinto frustrada e desencorajada nas mais diversas áreas da vida.  Ainda assim, persisto na busca por uma vida feliz. E a verdade é que é um privilégio reconhecer que a felicidade plena vem do Senhor e não de nós, ou de coisas, pessoas ou conquistas. A satisfação para nossos anseios e nossa alma está na obra redentora da Cruz e no relacionamento diário com o Senhor. Assim, ainda que estejamos atribulados, ou sentindo-nos tristes, estaremos felizes.

Você, querida leitora, é feliz?

Por Ana Luise Sabatier