Quantas vezes você já leu “perca dois quilos por semana”, ou “diminua medidas em um mês” e você se interessou? E depois de seguir o que os posts diziam com alguns sacrifícios, eles até funcionaram por um tempo. Após essas promessas de transformação para chamar a atenção, vemos que sempre dois fatores estão envolvidos para que alguma coisa aconteça: alimentação e exercício físico.

Por isso, nestas próximas duas semanas, veremos como podemos olhar biblicamente para esses aspectos. Infelizmente, encontramos muitas exortações sobre distúrbios alimentares e vaidade, mas será que Deus deixou instruções de como cuidar do nosso corpo? Será que consigo ter um corpo ideal biblicamente falando?

É importante saber que nós, cristãs, devemos glorificar a Deus com nosso corpo, porque somos Dele (Rm 14.8), morada do Espírito Santo (1Co 6.19-20). É um privilégio nosso, mas também uma responsabilidade tremenda. Nosso corpo físico está totalmente ligado com a nossa parte imaterial (emoções, vontades, etc), portanto, nossa vida espiritual atinge o nosso físico. Um exemplo disso foi quando Davi não confessou o pecado dele – ele sentia esse mal fisicamente (Sl 32.3).

Deus criou a alimentação e, por ter sido criada por Deus, é boa (Gn 1.29, 31)! Serve para nos sustentar e nos manter saudáveis (Sl 104.14-15), faz parte das nossas necessidades básicas, mas também nos dá prazer (Ec 9.7). E como cristãs sabemos que é uma das formas mais comum no nosso meio de estar em comunhão (At 2.46). Jesus citou alimentos em parábolas, compartilhou momentos de refeições, várias das comparações de provérbios são feitas com o alimento, em muitos momentos as personagens bíblicas estão à mesa, então é nítido que este elemento faz parte da vivência humana.

O que talvez você nunca tenha reparado é que o pecado entrou na humanidade através da tentação alimentar (Gn 3.6), que Jesus foi tentado depois de ficar em jejum (Mt 4.1-11) e que muitas das lutas diárias nos levam à distúrbios alimentares como glutonaria, bulimia, anorexia, vícios, até mesmo ansiedade sobre o que vai comer.

Sabendo que nosso espiritual é tão importante para que o físico esteja dentro do ideal, então nutra-se bem espiritualmente primeiro, Jesus mesmo disse que não é só o alimento que importa (Mt 4.4, Lc 12.23), O salmista relata que a palavra de Deus é mais doce do que mel (Sl 19.10), devemos então buscar a Palavra antes de qualquer dieta para um corpo esperado. Somos saudáveis quando meditamos, guardamos e praticamos a Palavra (Sl 119.9-16). Jesus é nosso exemplo (Jo 4.34).

Mas como dizem os mais velhos: “Saco vazio não para em pé.”, então precisamos comer. Já vimos que o comer faz parte da vida comum e a Bíblia não condena tal atividade. Mas como comer? Se formos seguir as orientações da moda, cada vez faremos isto de uma maneira. Antigamente diziam que teríamos que comer de 3 em 3 horas, aí, depois de as ordens serem para termos cerca de 6 a 8 refeições por dia, especialistas passaram a indicar um jejum intermitente cortando refeições ditas antes como essenciais, enfim, cada momento aparece algo novo. Nota como é escravizador seguir essas dietas? 1Co 6.12 deixa muito claro para a gente que não podemos ser controladas por nada, essa escravidão não condiz com nossa nova vida em Cristo (1Co 5.17). Na igreja primitiva os alimentos eram uma discussão frequente, pois muitos dos cristãos vinham de um berço judeu, que possui uma porção de restrições, e condenavam quem comia isso ou aquilo, então não é algo novo precisar saber lidar com alimentação na Bíblia. A resposta está na nossa liberdade em Cristo (Rm 6.14, Gl 5.1,13).

Nutricionalmente falando, o ideal é comermos cerca de 50% da refeição em vegetais crus ou cozidos, 25% em proteínas e os outros 25% em carboidratos. Isso nos ajuda a ter um parâmetro. Outro dado interessante é que nossa longevidade depende cerca de 75% da nossa alimentação. Por isso precisamos nos importar com o que ingerimos, considerando o longo prazo. Médicos declaram que aquilo que ingerimos interfere também no nosso humor, levando a um desequilíbrio físico, com dores de cabeça, fadiga, irritabilidade, sonolência, falta de energia e até mesmo abstinência.

De forma prática, troque os fast food por preparar seus alimentos, cozinhar ao invés de fritar, snacks saudáveis como frutas e proteínas práticas como queijos, ou até legumes fatiados. Carregue uma garrafa com água. Não repita refeições só porque a comida está boa. Consuma menos processados, opte por alimentos in natura. Temos tanto acesso a boas orientações pela internet, use com sabedoria os “cliques” que você pode dar. Siga a página de nutricionistas realistas, normalmente aprendemos muitas dicas de substituição que podem ajudar muito. É triste ver que muitas vezes nos juntamos para pecar na área de alimentação. Fica o desafio para fazer total diferença nisso no meio em que você vive.

A solução não está na dieta que você segue, mas no estilo de vida que você tem e sua motivação para vivê-lo. Coma sem medo, sem se tornar escrava, neurótica, mas avaliando o mal que pode causar também, se isso não é uma fuga de tratar algum pecado, ou a substituição de um vício, ou falta de cuidado com o que Deus te deu. Lembre-se: “Portanto, quer comais, quer bebais, ou façais outra coisa qualquer, fazei tudo para glória de Deus.” (1Co 10.31).

Mas para um corpo ideal, precisamos de mais que só controlar biblicamente nossa alimentação: exercício físico é essencial. Mas como lidar com o versículo: “Pois o exercício físico para pouco é proveitoso…” (1Tm 4.8)? Veremos semana que vem!