“Hoje o rei pode ver com os próprios olhos como o Senhor o entregou em minhas mãos na caverna. Alguns insistiram que eu o matasse, mas eu o poupei, pois disse: ‘Não erguerei a mão contra meu senhor, pois ele é o ungido do Senhor’. Olha, meu pai, olha para este pedaço de teu manto em minha mão! Cortei a ponta de teu manto, mas não o matei. Agora entende e reconhece que não sou culpado de fazer o mal ou de rebelar-me. Não lhe fiz mal algum, embora estejas à minha procura para tirar-me a vida. O Senhor julgue entre mim e ti. Vingue ele os males que tens feito contra mim, mas não levantarei a mão contra ti. Como diz o provérbio antigo: ‘Dos ímpios vêm coisas ímpias’; por isso não levantarei a minha mão contra ti.”

Davi era um homem como outro qualquer, pecador e fraco. Se você continuar lendo os livros de Samuel verá que ele foi tentado por sua cobiça e acabou pecando em adultério e assassinato (2 Sm 11-12). Mas no episódio que lemos hoje, pela graça de Deus, Davi resistiu à tentação! Saul estava perseguindo-o injustamente e buscava mata-lo, no entanto, a Davi é dada a oportunidade de matar o rei. Mesmo sendo incentivado por seus amigos a aproveitar a oportunidade e fazer justiça por suas próprias mãos, Davi teme a Deus e toma a decisão certa: poupa a vida de Saul e recorre ao Senhor como justo juiz. “O Senhor julgue entre mim e ti”, ele diz a Saul.

A atitude de Davi evidencia uma perspectiva clara, tanto da autoridade, quanto da soberania de Deus. Ele sabe que Deus instituiu Saul como rei de Israel e que não cabe a ele tirá-lo do trono (mesmo tendo sido anteriormente escolhido por Deus para ser o próximo rei, veja 1 Sm 16). Ele também sabe que Deus é justo e que não tem como fugir das consequências de pecar contra Ele. Então, ao invés de fazer justiça, ele espera em Deus. Davi segue seu próprio conselho “Entregue o seu caminho ao Senhor; confie nele, e ele agirá: Ele deixará claro como a alvorada que você é justo, e como o sol do meio-dia que você é inocente. Descanse no Senhor e aguarde por ele com paciência; não se aborreça com o sucesso dos outros, nem com aqueles que maquinam o mal. Evite a ira e rejeite a fúria; não se irrite: isso só leva ao mal.” (Sl 37.5-8).

Qual tem sido sua resposta à injustiça? Você fica irada ou tenta se defender quando é acusada injustamente? Pare de lutar sozinha! Confie no Deus justo e soberano que te ama. Descanse nEle, espere pela Sua justiça, que é muito superior à qualquer justiça que eu e você podemos fazer cumprir.

Oração: Senhor, me livra da justiça própria e me ajuda a olhar para as situações como Davi, confiando na sua soberania, justiça e poder. Não permita que eu aja na minha ira, mas me ensina a misericórdia! Em nome de Jesus. Amém.