“Todavia, um dos anciãos me disse: Não chores; eis que o Leão da tribo de Judá, a Raiz de Davi, venceu para abrir o livro e os seus sete selos.” Apocalipse 5.5

A maior parte do livro de Apocalipse consiste em uma série de visões do futuro que se desdobram em três grupos de sete – sete selos, sete trombetas e sete taças. Ao final, João testemunha uma destruição cataclísmica, a queda da “Babilônia”, a derrota de Satanás e a chegada dos novos céu e terra (17:1–22:5). 

Logo de cara somos levados à sala do trono, onde Deus é adorado incessantemente com canções como: “Santo, Santo, Santo é o Senhor Deus, o Todo-Poderoso, aquele que era, que é e que há de vir.” (4.8) ou “Tu és digno, Senhor e Deus nosso, de receber a glória, a honra e o poder, porque todas as coisas tu criaste, sim, por causa da tua vontade vieram a existir e foram criadas.” (4.11). Os seres viventes louvam. Os anciões louvam. Um dos meus hinos favoritos é cantado por eles juntos:“Digno és de tomar o livro e de abrir-lhe os selos, porque foste morto e com o teu sangue compraste para Deus os que procedem de toda tribo, língua, povo e nação e para o nosso Deus os constituíste reino e sacerdotes; e reinarão sobre a terra.” (Ap 5:9-10). Milhares de anjos, então, unem-se a eles para cantar: “Digno é o Cordeiro que foi morto de receber o poder, e riqueza, e sabedoria, e força, e honra, e glória, e louvor.” (Ap 5:12); seguidos por toda a criatura que diz “Àquele que está sentado no trono e ao Cordeiro, seja o louvor, e a honra, e a glória, e o domínio pelos séculos dos séculos.” (5:13). Seria errado de nossa parte seguir adiante para a abertura do livro e dos selos e toda a profecia do futuro sem nos debruçarmos a entender o porquê de tanta cantoria.

Desde Gênesis 3, quando toda a criatura passou a sofrer com a entrada do pecado no mundo, gememos e ansiamos pela restauração final. Quando choramos com uma amiga que perdeu o bebê, ou sofremos com o divórcio dos nossos pais, ou lamentamos os mortos pelo COVID que vemos na televisão, ou militamos pelo fim da escravidão nos dias atuais, ou juntamos dinheiro para apoiar o missionário que trabalha com refugiados, tudo isso é o nosso coração ansiando pelo fim dos efeitos do pecado nesse mundo. Ainda que tudo isso doa em nosso coração, é a certeza de que na cruz Cristo já venceu o mal e um dia irá destruir todo o pecado, o mal e a dor e a doença e o sofrimento até que não exista mais nada de ruim neste mundo, e mesmo este mundo, é isso que nos dá esperança e nos encoraja a viver neste mundo imperfeito cheio de sofrimento. 

Os presentes na sala do trono adoram a Jesus porque Ele NA CRUZ redimiu milhares e milhares de pessoas. A morte de Jesus é a certeza de que Ele completará tudo aquilo que prometeu. A vingança de Jesus contra o mal e o pecado inclui punir todo aquele que recusou abertamente sua salvação, inclui destruir tudo aquilo neste mundo que tenha sido tocado pelo pecado – lembre-se que a terra foi amaldiçoada em Gênesis 3:17. Apocalipse 6, 8 e 9 relatam o processo de destruição da terra e de seus habitantes pouco a pouco – ou seja, há ainda um tempo para o arrependimento. Deus é paciente, “não querendo que ninguém se perca, senão que todos venham a arrepender-se.” (2 Pe 3:9). 

Apocalipse 7:9-15 fala de uma multidão que ninguém pode enumerar, que vem da grande tribulação, que lavaram suas vestiduras e as alvejaram no sangue do Cordeiro, de todas as nações, tribos, povos e línguas, em pé diante do trono e diante do Cordeiro, vestidos de vestiduras brancas, com palmas nas mãos. Até o fim deste mundo, Deus estará trabalhando para redimir os Seus. O plano que Ele começou antes de criar este mundo estará completo: “O reino do mundo se tornou de nosso Senhor e do seu Cristo, e ele reinará pelos séculos dos séculos.” (Ap 11:15). 

O apóstolo Pedro fez a pergunta de ouro: Ora, uma vez que todas estas coisas hão de ser assim dissolvidas, que pessoas não deveis ser em santidade e piedade, aguardando, e desejando ardentemente a vinda do dia de Deus, em que os céus, em fogo se dissolverão, e os elementos, ardendo, se fundirão? ” 2 Pedro 3:11-14 

Oração: Senhor, por vezes pensar no futuro me amedronta. No entanto, ainda mais vezes deixo de pensar sobre isso, e me esqueço da esperança que a tua vitória final é para o meu dia a dia aqui na terra. Ensina-me a viver na expectativa do Teu retorno! Quando a dor e o sofrimento parecerem grandes demais, lembra-me que a Tua justiça não tarda – ou foi lançada sobre Jesus na cruz ou será condenada e destruída para sempre quando Jesus voltar. Aumenta a minha fé! Ajuda-me enquanto procuro diligentemente viver de maneira imaculada e irrepreensível, desejando ardentemente a vinda de Deus. Amém.

[Para semana que vem, leia Apocalipse 12-19.]