“E os filhos de Arão queimarão tudo isso sobre o altar, em cima do holocausto, que estará sobre a lenha no fogo; é oferta queimada, de aroma agradável ao Senhor.” 3.5

O livro de Levítico responde a pergunta “Como podemos viver com o Santo Deus se somos pecadores?”: por meio da Expiação. A expiação não acontecia somente em um dia específico do ano, o altar funcionava diariamente para que os sacrifícios de cerca de 600 mil homens (fora mulheres e crianças) fossem apresentados a Deus. O trabalho era tão grande e importante, que Deus separou uma tribo inteira para cuidar do Tabernáculo, a tribo de Levi, que dá título ao livro. Além disso, o serviço no Tabernáculo era tão central na vida do povo que era a primeira tenda a ser montada quando os Israelitas se mudavam para um novo acampamento, e determinava a organização das tribos no acampamento (você pode procurar imagens no Google).

Os primeiros capítulos do livro descrevem as principais atividades do Tabernáculo: as ofertas. Elas não apenas eram o foco do trabalho dos levitas, mas essenciais para o relacionamento entre os israelitas e Deus. Diferente de hoje, em que vamos à igreja para o nosso aprendizado teológico e prático, o povo de Israel tinha as ofertas, e as festas, para lembrar os mais velhos e ensinar os mais novos o caráter e a pessoa de Deus.

Haviam cinco tipos de oferta que podiam ser trazidos pelos israelitas aos levitas: três voluntárias e duas obrigatórias (que veremos semana que vem). As ofertas voluntárias eram três: o Holocausto (Lv 1), a oferta de manjares (Lv 2) e a oferta pacífica (Lv 3), que alguns estudiosos criam ser praticadas por uma família em sequência. Se isto for verdade, temos uma imagem muito linda e completa do sistema de adoração no tabernáculo. 

Primeiro, a família apresentava um animal sem mancha (touro, carneiro, cabra, rolas ou pombos) para limpá-los da culpa do pecado e pagar a dívida deles por terem quebrado a Lei de Deus. O holocausto (“queimado por inteiro”) é assim chamado porque a oferta era completamente queimada no altar – todo o pecado havia sido perdoado. Então, a família entregava ao sacerdote uma porção das primícias da colheita – um pão assado, frito ou até mesmo os grãos, agradecendo a Deus por sua provisão. Ainda que parte da oferta fosse queimada, a maioria dela servia de provisão para os sacerdotes. Ao se alimentarem da oferta, os sacerdotes representam, para a família, a aceitação de Deus. Por último, a família trazia uma oferta de paz, ou de comunhão. O mais interessante sobre esta oferta é que ela era comida, praticamente toda, pela própria família e pelos sacerdotes na presença de Deus. Consegue imaginar? Um banquete de comunhão entre os sacerdotes e a família na presença de Deus. Não é esta a imagem mais linda que vemos desde o versículo 1 de Levítico 1, em que o homem estava impedido de entrar na presença de Deus? 

Eu e você não precisamos mais apresentar estas ofertas a Deus porque Jesus é razão e circunstância única e completa da nossa Redenção, o nosso holocausto; em Sua morte somos aceitos graciosamente por Deus, nossa oferta de manjares; e Seu sangue nos reconciliou não apenas com Deus, mas com as pessoas, uma verdadeira oferta de paz. 

Oração: Santo Espírito, cria em mim uma amor mais profundo e um entendimento mais claro da obra de Cristo em minha vida. Ajuda-me a ter um coração grato por Deus não ter apenas lidado com a penalidade do pecado, mas também com os efeitos dele na minha vida. Ajuda-me lembrar que ambos só podem ser completamente curados por meio de Jesus Cristo. Revela a mim que oferta preciso trazer a ti: onde há pecado, que haja arrependimento e purificação, onde há bênção, que haja agradecimento, onde há conflito, que haja paz, onde há desunidade, que haja união. Confio em Teu sacrifício e no Teu poder para mudar minha vida. Em nome do Cordeiro perfeito, Jesus, amém.