“Ó meu povo, o que fiz para se cansarem de mim? Respondam-me! Eu os tirei do Egito e os resgatei da escravidão; enviei Moisés, Arão e Miriã para guiá-los. Ó meu povo, não se lembra de como Balaque, rei de Moabe, planejou que você fosse amaldiçoado, e como, em vez disso, Balaão, filho de Beor, o abençoou? Não recorda sua viagem do vale das Acácias a Gilgal, quando eu, o Senhor, lhe revelei minha fidelidade?”
Que podemos apresentar ao Senhor? Devemos trazer holocaustos ao Deus Altíssimo? Devemos nos prostrar diante dele com ofertas de bezerros de um ano?
Devemos oferecer ao Senhor milhares de carneiros e dez mil rios de azeite? Devemos sacrificar nossos filhos mais velhos para pagar por nossos pecados?
Ó povo, o Senhor já lhe declarou o que é bom e o que ele requer de você: que pratique a justiça, ame a misericórdia e ande humildemente com seu Deus.” (Miqueias 6:3-8, NVT)


No capítulo 6, o profeta usa a figura de um julgamento. Deus questiona o abandono do povo, porque Jerusalém deixou de corresponder ao Senhor (“Ó meu povo, o que fiz para se cansarem de mim?”). Apesar da corrupção e da desobediência, Deus não abandonou seu povo e continuou se movendo em compaixão. Nesses versículos, vemos que Israel havia trocado o Senhor dos Exércitos por outros deuses. 

Miqueias relembra que Deus tirou o povo do cativeiro (“Eu os tirei do Egito e os resgatei da escravidão”), abençoou o povo (“em vez disso, Balaão, filho de Beor, o abençoou”), revertendo as intenções dos inimigos de Israel. A resposta aos questionamentos feitos não refuta o pecado de que o povo realmente teria se esquecido do Senhor, mas pergunta o que pode ser feito para receber o perdão de Deus (“Devemos oferecer ao Senhor milhares de carneiros e dez mil rios de azeite”). Os sacrifícios eram ordenanças de Deus, faziam parte dos rituais do templo. Os rituais litúrgicos continuavam sendo cumpridos, mas a vida do povo era distante do culto. A motivação do coração não era agradar a Deus, mas simplesmente cumprir os ritos religiosos. O culto prestado deveria ser transformado em obediência diária.

A misericórdia deve ser praticada e amada (“o Senhor já lhe declarou o que é bom e o que ele requer de você: que pratique a justiça, ame a misericórdia e ande humildemente com seu Deus”). Fazer o que é certo perante Deus, com a motivação do coração ajustada à verdadeiramente adorá-lo. 

Oração: Senhor, me ensina a te adorar com todo o meu coração e todo o meu entendimento. Peço perdão pelas muitas vezes que vivo no piloto automático, sem de fato te obedecer com tudo o que sou. Obrigada pelo perdão em Jesus e por suas misericórdias se renovarem todas as manhãs. Amém.

 

Por Ana Luise Sabatier