Meninas, nossa série “Elas vistas por Eles” chegou ao fim. Eu, Thais, vim aqui em nome da equipe CM dar uma palavra final e um retorno das repercussões da série. Tivemos muita polêmica, mas também, muito retorno positivo. Nosso objetivo era que amigos nossos, cristãos e fiéis a Deus, nos permitissem, por alguns minutos, entender como eles pensam e enxergam nosso mundo. As diferenças no modo de pensar entre meninos e meninas sempre instigaram nossa imaginação. No entanto, em momento algum quisemos sugerir que os meninos ditassem nosso modo de agir ou de nos vestir. Eles foram sinceros e apresentaram princípios bíblicos. Este artigo final é para encerrar nossa série com a maior de todas as considerações: nós existimos para a glória de Deus. Por mais legal e curioso que seja entender um pouco da maneira que os rapazes no enxergam, nosso maior desejo deve ser compreender como somos vistas por Ele, nosso Deus.

Se você, como eu, já teve o privilégio de entregar sua vida a Cristo, a Bíblia nos diz que somos perdoadas, redimidas, reconciliadas, purificadas, vivificadas (Rm 5.1-2, 10; 1 Co 6.11; Ef 2.4-5). Temos livre acesso à uma comunhão íntima com Deus (Hb 10.19-23). No entanto, enquanto neste mundo, ainda partilharemos de uma natureza pecaminosa (Rm 7.22-23; Gl 5.17), e por saber disso, a vontade de Deus para nossas vidas é a santificação (1Ts 4.3). Sua vontade para nós é que dia após dia tiremos nossas vestes sujas de pecado e coloquemos roupas novas que reflitam a nova criatura que nós somos em Cristo (Ef 4.22; 2Co 5.17, 2Co 3.18, 2Co 7.1). Mas esse processo acontece aos poucos, pela ação do Espírito Santo ao encontrar em nós uma mente despida de orgulho e humildemente disposta a ser transformada (Rm 12.1-2). É um processo dolorido porque implica em mudança de velhos hábitos (ainda que tenhamos crescido a vida toda na igreja) e na negação do que nossa carne quer. Quando você parar para refletir na maneira que Deus te vê, lembre-se que através de Cristo ele te vê salva e totalmente justificada, mas nunca perca de vista o entendimento de que ainda assim, ele enxerga uma pecadora que luta contra o pecado de sua carne.

Eu sou menina. Eu caminho com meninas. Eu as escuto, em alguns momentos as aconselho e, por tantas vezes, me vejo refletidas nelas. Por favor, dêem credibilidade ao que estou dizendo, eu conheço bem as lutas pecaminosas travadas em nossos corações. Nós gostamos que os outros nos achem bonitas, não só nosso rosto, mas também as curvas do nosso corpo. Nós gostamos de ter a desculpa da TPM para deixarmos nossas emoções rolarem soltas e ditarem nossas palavras e atitudes tantas vezes egoístas. Nós gostamos de usar nossas emoções para manipular situações, gostamos de estar certas em nossas opiniões, gostamos de ser desejadas, gostamos de fazer o que bem entendemos sem ter que prestar contas… Não estou dizendo que você vá expressar todas as atitudes pecaminosas listadas aqui, mas sinceramente, não creio que você possa se dizer imune a todas elas.

Nas últimas semanas fiz devocional em 1 Timóteo e em Tito. Como é alto o padrão de conduta que Deus estabelece especificamente para nós, mulheres. Um padrão que reflete seu caráter Santo. Essas duas cartas falam de submissão, da maneira de se vestir e de se portar, falam que devemos ser respeitáveis, moderadas, que não devemos falar mal de ninguém, não reclamar, etc. (a lista é extensa). Por alguns momentos, enquanto lia alguns versos, detive-me em um conflito interno do quão difícil é viver a santidade, do quão difícil é obedecer. E então, em atitude de oração, fui lembrada de que eu não estou nessa batalha sozinha. O Espírito Santo habita em mim e me capacita à lutar (Gl 5.22-24; Rm 7; Rm 8; Tt 2.11-13; Hb 4.14-16). Sim, é uma luta na qual (emprestando as palavras do apóstolo Paulo) esmurro meu próprio corpo e o reduzo à escravidão, por entender que a razão da minha existência é glorificar o meu Deus e não satisfazer à minha carne, por chegar ao discernimento que pela transformação da minha mente e das minhas atitudes, Deus é glorificado em meu corpo (1Co 9.25-27).

Querida, com muito amor eu quero dizer que se você é daquelas que levanta com sete pedras na mão quando escuta a palavra submissão, muito cuidado. Se você fica indignada ao escutar que o homem é o cabeça do lar, muito cuidado. Você não está se colocando contra uma sociedade opressora que impõe padrões (a qual deturpa os valores perfeitos criados por Deus), mas contra o próprio Deus que revelou sua vontade através de sua palavra. De Deus não se zomba, com Deus não se brinca. Que o temor do seu e do meu coração norteiem nossas vidas, nossas escolhas, nossas mentes, nossas decisões. A graça de Deus sobrepõe-se onde o pecado impera (Rm 5.20). A ação do Espírito em nós sobrepõe-se aos desejos pecaminosos de nossa carne(Gl 5.23-25). E graças a Deus por Jesus Cristo que viabiliza nossa vitória nEle, e nos capacita a vencer o pecado (Hb 4.14-16).

Submissas. Moderadas. Fiéis. Mulheres que lutam por santidade. Mulheres que edificam com palavras. Mulheres que praticam boas obras. Essa somos nós vistas por Ele. Esse é o quadro que o próprio Deus pintou a respeito de quem devemos ser. Se Não é machista nem preconceituoso, é simplesmente a grande extensão do amor de um Deus soberano que se preocupa em estabelecer papéis tanto para o homem quanto para mulher dentro da família e da Igreja, uma comunidade santa que deve ser luz à sociedade corrupta na qual está inserida, que deve lutar para viver uma vida santa que se levanta contra a perversão do mundo. Que a motivação de nossas vidas seja amar a Deus e obedecer sua Palavra.

Que nossa única preocupação seja compreender a maneira como Ele nos vê! Que Deus te abençoe.