É interessante viver os encontros surpreendentes que Deus nos prepara durante a vida. Uma semana antes de conhecer pessoalmente a Purples, os conheci no Spotify porque segui “coincidentemente” uma amiga que os escutava. E na semana seguinte, Deus proporcionou este encontro pessoal e inesperado. Enfim, no sábado do dia 13 de agosto, aconteceu uma conferência chamada APPCE – Aplicação da Palavra para Capacitação e Edificação, cujo objetivo é capacitar e ensinar adolescentes, jovens e famílias, no desenvolvimento de uma cosmovisão bíblica e atualizada, frente aos desafios do século XXI, na Primeira Igreja Presbiteriana de Araraquara. Lá, a Purples foi responsável pelo louvor a Deus, e eu pude, ao final, conversar rapidamente com seus participantes, que foram muito gentis e educados comigo.

CM pergunta: Quem participa da banda? O que faz profissionalmente e qual a sua função na banda?
O Júlio Cesar Filho é o vocalista e tecladista da banda, tem 23 anos e trabalha com marketing. Ele também é o representante da Purples. A Thaís de Carli toca violão na banda e está terminando o curso de odontologia. A Greyce Conti também é vocalista e trabalha como designer de interiores. O João Vítor de Carli tem 20 anos, toca o contrabaixo e está no segundo ano de engenharia civil. O Thales Vicentini é o guitarrista, e trabalha com instrumentos musicais. O Thiago Pontes tem 20 anos e é o baterista da banda.

Infelizmente, o Thiago e o Thales não puderam responder as perguntas com os outros membros da banda pessoalmente, pois estavam muito ocupados, organizando o material da banda. Mesmo assim, somos gratas a eles também por esse encontro. E, apesar de não formarem a banda como músicos, há outros integrantes que os auxiliam nos eventos, como a Carolina Berto, que é muito querida, o Pedro Otávio  e a Isabella Fróes!

CM: Como vocês se conheceram?
Júlio César: Nós, eu, a Thaís, a Greyce e o João, nos conhecemos desde sempre, pois frequentamos e crescemos na mesma igreja, que é a Presbiteriana de Limeira. Já o Thales e o Thiago são de outras duas igrejas Presbiterianas, em Limeira mesmo, e nos conhecemos nos encontros de jovens e alí tocávamos juntos. A banda era maior, mas hoje conta com seis integrantes, que têm este chamado que Deus colocou em nosso coração. E acabou dando certo! Estamos aí… começando ainda, na verdade, a banda fez um ano em maio, quando lançamos o nosso primeiro CD. Vamos ver o que Deus vai fazer! Nós ficamos apenas assistindo (rs)!

CM: Por que o nome do grupo é Purples?
Júlio César: Essa é uma pergunta clássica! Quando pensamos em um nome para o grupo, ficamos receosos, porque vemos muitos nomes cristãos invasivos, no sentido gospel. São nomes reais e com sentido, mas que intimidam o público que está fora desse meio. Então, o Purples é a junção de Puro & Simples. E ficou legal porque é uma palavra sonora e os jovens entendem rapidinho. E nós gostamos quando eles vêm perguntar o porquê do nome, porque conseguimos expressar o que desejamos passar com este ministério: a pureza e a simplicidade do evangelho. O livro de mesmo nome de C.S. Lewis diz muito sobre isso, o que sempre esteve em nossos corações: sermos puros e simples como pessoas, como cristãos, com o nosso louvor e a nossa adoração. Então, Purples é um nome pequeno que não intimida ninguém e, que pessoas que não são cristãs, podem ouvir e serem impactadas pelo evangelho também.

CM: Hoje, o sentimentalismo tem tomado uma proporção maior do que a razão, contudo na hora de louvar a Deus, a razão também é muito importante, podemos ver isso em Colossenses 3.16. Dessa forma, o que vocês priorizam na construção das letras das músicas?
Júlio César: Eu, como compositor das músicas do nosso primeiro CD “Puro e Simples”, na verdade, tenho a composição como um hábito no meu relacionamento com Deus. Desde que eu era criança, sempre tive o costume de escrever no papel aquilo que eu tenho sentido, a experiência que eu tive com Deus e o que Ele tem falado comigo por meio da Palavra. Para mim, fugir da Palavra na composição é muito arriscado. Se você compuser algo baseado nas suas experiências, nos seus sentimentos, às vezes, com o seu coração de homem enganoso, pode acabar escrevendo coisas erradas e pode levar alguém ao tropeço ou a entender errado, de maneira diferente [da Bíblia], o que é a adoração. Por isso priorizamos muito a Palavra escrita literalmente na música. E as pessoas compartilham conosco como ela enxergam as palavras bíblicas literalmente nas letras, então os textos bíblicos ficam muito claros e nós sempre os compartilhamos com a galera. E é muito legal! Porque a música é uma forma de memorizar esses textos, de fazê-los serem mais facilmente aplicados na vida deles. E então, para mim, a música cristã deve ser basicamente, necessariamente, bíblica. E 100% isso. Na nossa família, temos alguns críticos que nos ajudam com o português e ficamos bem espertos com isso, porque a gramática é muito importante. E também com a métrica de música. Então, falando um pouco sobre melodia: se você pegar uma música, por exemplo, um cântico congregacional para ser cantado em comunidade, pensamos numa métrica simples, boa, que as pessoas consigam pronunciar as palavras em comunidade. E é basicamente isso que priorizamos na construção das letras.

CM: Tem algum cantor cristão que vocês admiram o trabalho e lhes serve de referência?
Júlio César: Nós admiramos o ministério do Casting Crowns pelo serviço à tantas igrejas ao redor do mundo sem deixar de servir à sua comunidade local.

Greyce: E, pensando em técnica vocal e tudo o que ele tem capacidade de fazer, a vida com Deus, admiro o Leonardo Gonçalves. E a Daniela Araújo também entra nesse patamar. Ela é fera, as composições dela… É lógico que para mim, o que chama a atenção primeiramente é como eles devolvem para Deus o talento que receberam, mas o que deve chamar mais atenção é a busca dEle. Não adianta ser cheio para mostrar para os outros e ser vazio por dentro.”

CM: Como vocês mantêm o bom relacionamento com Deus como banda? Vocês buscam um mentoreamento? Têm reuniões de oração ou momentos devocionais juntos?
João Vitor: Temos o hábito de fazer uma reflexão devocional durante os ensaios e fazemos isso uma vez por semana. Também, mantemos contato diariamente pelo whatsapp. Quando acontece algo, sempre compartilhamos pedidos de oração, a banda toda está ciente.

Greyce: Fora a busca individual que é uma necessidade do cristão, não é?!, para ficar firme, porque se não, não tem jeito!

CM: Thaís, o que você deixaria de conselho para meninas que amam música?
Thaís: Bom, o primeiro conselho que eu vou dar é: se você toca violão, não faça as unhas antes de tocar, porque vai acabar com o seu esmalte! (rs) E meu segundo conselho é: antes de tudo, esteja sensível ao chamado de Deus para você e seja crítica com você mesma, quanto as suas habilidades. Existem muitas pessoas que estão no ministério de louvor e nem sabem o porquê estão lá, às vezes, só entraram porque faltou alguém para cantar. Isso não tira o valor da disposição delas, claro, mas talvez você seja muito melhor em outra área. E meu terceiro conselho é: se você tem facilidade com música, procure desenvolver isso, porque Deus não quer um pouquinho do seu talento, Ele o quer ao máximo. Então desenvolva o seu talento, estude música, composição, empenhe-se em ensaiar. Cuide de seu instrumento. Às vezes, ele não é o dos seus sonhos, mas é o que você tem, então cuide dele o melhor possível para que o louvor, seja numa igreja grande ou numa rodinha pequena, seja o melhor para Deus.

E esse foi o resultado da nossa conversa descontraída e engraçada com a Purples. Agradeço a essa galera pela atenção e disponibilidade. Desejo que Deus continue os abençoando e que continuem com este trabalho sério e especial no cenário brasileiro. Se vocês não os conhecem, procurem seu canal no YouTube (“Purplesbanda”), no Facebook e no Instagram. Não se esqueçam de orar por este ministério também para que continue a ser um testemunho de Cristo onde estiverem.

banda

Marina Berti com a Purples após a entrevista!