Confie no Senhor de todo o seu coração e não se apóie em seu próprio entendimento; reconheça o Senhor em todos os seus caminhos, e ele endireitará as suas veredas.”  Pv. 3:5-6

365 dias se passaram. Dias em que sonhamos, gritamos, sorrimos, cantamos. Dias em que vivemos o presente com uma sensação nostálgica do passado, mas que persistimos em sonhar com o que estava por vir.

O ano de 2015 acabou. Sei como é a sensação do final tanto como o esperançoso suspirar pelo amanhã. Os dias que se seguem no calendário são dias promissores. Pensamos que iniciaremos uma nova jornada. Que 2016 têm tantas chances de dar certo quanto poderíamos supor. E em nossa vaga sensação de controle, planejamos fazer coisas das quais não arriscamos nosso tempo nos anos anteriores. Sonhamos com um ano memorável.

O velho discurso de um ano novo que representará, por sua vez, uma vida nova, permeia nosso cotidiano. Há pouco de nosso interior que verdadeiramente crê nisso. Talvez porque sabemos que enquanto estivermos no controle pouco de nós mudará. Podemos mudar o corte de cabelo, o estilo do vestuário, nosso linguajar, e até mesmo algumas de nossas conquistas possam estar próximas de acontecerem. Mas se não nos lembrarmos de que a nova vida só poderá vir das mãos de Deus, o nosso falho controle sempre lamentará por não ter atingido uma potencial revolução.

Mas onde entra a nossa responsabilidade de fazer do ano de 2016 um ano totalmente diferente dos anteriores?

Em Provérbios 3:5-6, citado no início de nosso texto, vemos o conselho do sábio a seu filho, para que ele confiasse em Deus no que dissesse respeito à sua vida (Seus caminho) e, assim, o endireitar dessas veredas viria das mãos soberanas dEle.  Esse verbo ‘endireitar’ pode nos soar um tanto quanto estranho. Quer dizer que nada do que fazemos por nós mesmo está correto? Que Deus precisa endireitar cada áreazinha de nossas vidas e por isso devemos confiar nEle?

Exato. Dói não é mesmo? Dói imaginar que não podemos existir se não for para confiarmos nossas vidas nas mãos de Deus. Dói abrirmos mão de nossos planos referentes a esse ano. Confiar em Deus, então, está bem longe de ser confortável pra nós. O orgulho, o desespero de planejar o A, o B, o C que podem ocorrer nos próximos dias e anos de nossa existência. Confesso que quando entendi a salvação e o que ela representava nas diversas facetas de minha história, eu pensei que seria mais fácil servir a Deus. Não me disseram que eu passaria por tantas decepções, não me avisaram que o meu nome seria menos importante do que o Deus que eu sirvo. Eu pensava que ser cristã era ser a detentora da verdade, e que o lutar pelo nome de Deus faria meu nome tão conhecido quanto o Dele através de mim. Mas entendi, e preciso aprender a cada dia mais, que a vida nova em Deus vai além de planos para um futuro próximo. Os meus dias não são mais importantes para mim do que para Deus.

O que ecoa de encontro a esses questionamentos em meu coração é o discurso de Cristo sobre a ansiedade (Mt. 5:25-34). A minha nova vida nEle precisa ser ajustada com o tempo dEle. O planejar em si não é pecado, o andar ansioso é. O fardo se torna pesado demais se o carregamos sozinhas. Certa vez, um professor meu disse: “Nada justifica nossa ansiedade, tudo justifica nossa oração.” Devemos orar sobre nossos planos, e conformá-los conforme a Palavra de Deus. Precisamos viver de acordo com o propósito maior de nossas vidas, que é glorificar a Deus. Se um ou outro dos nossos planos não vierem a acontecer, nosso foco, ainda assim, deve ser o caráter de Cristo que está sendo moldado em nós.

É fácil pensar que esse será um ano diferente dos demais. E pode, e deve, e com certeza será diferente. Depende da forma com a qual você desejará se relacionar com Deus, depende da sua confiança nEle, do seu aprofundamento nesse dia a dia com Ele. Este sim é um ano com muitas oportunidades de deixar sua ansiedade sobre seus planos de lado e saber que você tem uma vida repleta de chances de se tornar mais parecida com Cristo.

“Pois meu jugo é suave e o meu fardo é leve” – Mateus 11.30

Por Deborah Knapik