Quando cremos no maior acontecimento da História, o qual ocorreu há mais de 2000 anos, a nossa vida muda. A vida, morte e ressurreição de Jesus deixam de ser “apenas” fatos históricos; passam a nos afetar de forma pessoal. Deus nos adota, em Cristo, como Suas filhas para nunca mais, por nada no mundo, voltarmos a ser filhas do diabo. Podemos pecar, mas a graça de Deus não nos permite voltar à nossa antiga posição de filhas de Sua ira. Porém, o nosso dia a dia está cheio de tentações para duvidarmos ou simplesmente esquecermos quem Jesus verdadeiramente é (e quem somos nele)… Por isso, a minha intenção neste artigo é relembrar três “Eu Sou” de Jesus no evangelho de João que podem transformar a forma de encararmos nossas decisões diárias e batalhas contra o pecado (que não são poucas!).

1. EU SOU o pão da vida.

 “Então Jesus declarou: Eu sou o pão da vida. Aquele que vem a mim nunca terá fome; aquele que crê em mim nunca terá sede.” (João 6.35)

Esta afirmação tem ligação com João 4.14-26, onde Jesus afirma ser a fonte da água viva, e ocorre depois da multiplicação dos pães e dos peixes (João 6.1-13), quando as pessoas passam a segui-lo só para ver mais milagres. Então, a multidão começa a discutir com Jesus, perguntando-lhe quais sinais faria para demostrar que era o Filho de Deus. Eles dizem: “Os nossos antepassados comeram o maná no deserto; como está escrito: ‘Ele lhes deu a comer pão do céu'” (João 6.31). Sabiamente, Jesus explica que não havia sido Moisés a dar o pão do céu para eles, mas o próprio Deus. E Ele mesmo estava oferecendo, naquele momento, o verdadeiro Pão que desceu do céu e dá vida eterna. Porém, as pessoas não entenderam, de novo.

Cada um tem a sua própria história com Deus, seu próprio tempo para entender que só por Sua graça continuamos vivendo. Quando Jesus disse: “Eu sou o pão da vida”, não estava falando de uma comida material, nem que nunca mais teríamos necessidades aqui na Terra, mas afirmando que as pessoas que o buscam de verdade tem o seu vazio interior preenchido e recebem a verdadeira esperança todos os dias. Apesar das circunstâncias difíceis, podemos ter certeza de que aquele Pão que nos deu a vida eterna é o mesmo que nos sacia diariamente.

2.EU SOU a luz do mundo.

 “Falando novamente ao povo, Jesus disse: ‘Eu sou a luz do mundo. Quem me segue nunca andará em trevas, mas terá a luz da vida’.” (João 8.12)

O contexto anterior desse versículo é a cena com a mulher adúltera, a qual os fariseus queriam apedrejar (João 8.1-11). Eles utilizavam a situação como armadilha por procurarem motivos para acusar Jesus, mas o Senhor sabiamente demonstrou que todos, absolutamente todos, eram pecadores assim como aquela mulher. “Se algum de vocês estiver sem pecado, seja o primeiro a atirar pedra nela”, Jesus desafiou (João 8.7). Aos poucos, todos os que a acusavam foram saindo, até que só ficou a mulher diante do Senhor. “Onde estão eles?”, Jesus perguntou. “Ninguém te condenou?”. “Ninguém, Senhor”, ela respondeu. Então Jesus declarou: “Eu também não a condeno. Agora vá e abandone a sua vida de pecado”.

É logo depois desse trecho que encontramos a declaração de Jesus a respeito de Si mesmo como a Luz do mundo. A luz sempre expõe os pecados – foi por isso que aqueles religiosos tiveram que sair. Assim como uma criança é inteligente o suficiente para entender que deve acender a luz num quarto escuro a fim de conseguir enxergar alguma coisa, assim também nós devemos ser em nosso relacionamento com o Senhor. Ele expõe nossos pecados e nos confronta com a verdade da sua Palavra. E Ele quer fazer tudo isso para nos transformar e moldar à imagem de Cristo. Ele mesmo é a nossa liberdade, aquele que nos purifica e liberta do domínio do pecado. Assim como aqueles judeus sabiam que Deus havia sido a coluna de fogo no deserto, guiando-os na escuridão (Êxodo 13.21), Jesus é quem nos guia em meio às batalhas contra o pecado.

3. EU SOU a ressurreição e a vida.

“Disse-lhe Jesus: ‘EU SOU  a ressurreição e a vida. Aquele que crê em mim, ainda que morra, viverá.” (João 11.25)

Esta afirmação tem ligação com o versículo 5.21: “Pois, da mesma forma que o Pai ressuscita os mortos e lhes dá vida, o Filho também dá vida a quem ele quer dá-la”. O contexto de João 11.25 é a morte de um amigo de Jesus, Lázaro. Ao chegar naquela cidade, Jesus fala com uma das irmãs do falecido, Marta – sempre tão ansiosa (nada parecida com a gente, né?) – que aquela morte seria para glória de Deus, a fim de que o Seu poder fosse manifestado no Filho. Mas como ela não entende, Jesus, com paciência, explica novamente, dizendo: “Eu sou a ressurreição e a vida”. Ele não estava somente dizendo que iria ressuscitar Lázaro, mas também estava ensinando Marta sobre o que aconteceria no último dia, mostrando-lhe que deveria crer no Único que podia dar a vida eterna. “Aquele que crê em mim, ainda que morra, viverá.”

É apenas por meio da fé em Jesus Cristo, por causa do seu sacrifício na cruz, que recebemos a vida eterna. A nossa condição natural, sem Jesus, era de espiritualmente mortas. Éramos como “zumbis” (espiritualmente falando) andando pela Terra, seguindo os nossos próprios prazeres, até que um dia Deus nos mostrou o caminho para a vida (Efésios 2.1-5). Por isso, temos a maravilhosa esperança da vida futura, na eternidade, onde desfrutaremos plenamente da presença de Deus, sem dificuldades, problemas ou batalhas com o pecado. Estaremos em Sua presença não por mérito nosso, mas por Sua maravilhosa graça.

Deus enviou Jesus à Terra para nos redimir, revelar-Se revelar a nós e, em Sua graça, nos ensinar de uma forma que possamos entender. Ele usa o ordinário para falar do extraordinário; o físico para falar do espiritual; o temporal para falar do eterno; o aqui e agora para falar do que vem depois; o terreno para falar do celestial; o limitado para falar do ilimitado; o finito para falar do infinito. Ele está conosco até o fim dos tempos, em nossas dificuldades e batalhas (que parecem não ter fim) contra o pecado. Jesus é o Pão da vida que nos sacia todos os dias para continuarmos lutando. Ele é a Luz que nos salvou e nos confronta para crescermos em santidade mais e mais. E Ele é a Ressurreição e a Vida, aquele que nos dá esperança para perseverarmos enquanto estamos neste mundo caído.