Parecia perfeito! Tudo aconteceu exatamente do jeitinho que eu tinha imaginado. Eu tinha acabado de me formar na faculdade, quando fui à um acampamento e o conheci. Eu estava em evidência pois estava ajudando na organização. De repente, percebi que os olhos dele me seguiam. No fim da noite, quando a programação do dia acabou, a galera ficou de boa batendo papo e foi quando eu vi que ele foi se aproximando, timidamente, da minha roda de amigos aos poucos. Alto, loiro, olhos azuis. Olhos que não paravam de me olhar. Não tinha como não retribuir. Em pouco tempo eu já estava encantada!

Trocamos algumas palavras durante o acampamento e, no último dia, ele perguntou se poderia me adicionar numa rede social para conversarmos. Eu disse “SIM” sem pensar duas vezes. Estava tudo tão lindo… Começamos a conversar e tudo parecia correr muito bem. Ele demonstrou desde o início suas intenções e eu estava cada vez mais apaixonada. Depois de dois meses e meio de conversas e orações, ele me levou num restaurante maravilhoso (e bem caro), me deu flores, me pediu em namoro e me deu o primeiro beijo!  Sério! Tudo impecavelmente perfeito.

Mas tudo isso durou pouco. Depois de uma semana ele começou a ficar diferente comigo, me tratava de um jeito frio e ríspido. Nem parecia mais a mesma pessoa. Um mês se passou quando o questionei do porquê de tudo aquilo e ele me respondeu que “não estava feliz como imaginava”… O que??? Meu mundo virou de cabeça para baixo naquele instante. Ele terminou o namoro em seguida e foi então que o inferno começou.

Um vazio muito grande tomou conta de mim. Um aperto no peito, uma sensação de desespero. Só queria chorar, ficar no meu quarto e chorar. Um dia, dirigindo depois do trabalho a caminho de casa, precisei estacionar em alguma rua deserta para chorar sozinha, sem que ninguém visse. Cheguei ao ponto de dormir um dia inteiro! Sim, entrei em depressão e nem sabia como isso tinha acontecido. Cheguei até mesmo a fazer algumas sessões com uma psicóloga. Eu já tinha namorado antes por três anos e o término foi tão mais fácil, como poderia admitir que um namoro de um mês estivesse revirando minha vida daquela forma??? Eu que sempre fui tão forte, eu que nunca tinha sofrido por amor, eu que sempre tinha alguém interessado em mim… Eu, eu mesma. Desconsolada, afundada em lágrimas e numa tristeza sem fim por causa do término de um namoro!!!

Foram meses desesperadores, escuros, solitários. Pela fase de vida em que eu me encontrava, realmente achei que tinha conhecido “o cara” e que nos casaríamos. Eu me entreguei emocionalmente rápido demais para um rapaz que eu mal conhecia.

A melhora foi lenta e gradativa. Mas a cura para o meu coração só foi definitiva quando eu parei de assumir o papel de vítima e passei a enfrentar minha culpa naquele sofrimento todo. Demorou cerca de um ano para eu entender que eu havia construído um ídolo no meu coração chamado ‘CASAMENTO’, e eu acreditava piamente que se eu não me casasse, eu jamais seria feliz. Ao meu ex-namorado terminar comigo, na verdade, um ídolo estava sendo arrancado de mim, sem que eu o quisesse. Eu não sofri porque amava meu ex-namorado, eu sofri porque eu amava meu ídolo. Eu adorava o casamento, no sentido literal do termo. Fiz do casamento o meu deus, e servi à esse sonho, vivi para esse sonho, e quando o vi sendo arrancado de mim, não pude suportar.

Foi então que a Graça me alcançou mais uma vez através do constrangimento do Espírito Santo sobre mim. Eu não tinha palavras para me justificar. Sem perceber, deixei que Deus fosse destronado do meu coração e me curvei à um ideal de casamento que não existe. Eu cria que o homem com quem eu me casasse iria suprir toda minha carência emocional, que eu seria o centro da vida dele e, mesmo que silenciosamente, eu não cria que precisaríamos de Deus para sermos felizes, eu cria que nos bastaríamos um ao outro. Quando finalmente meu pecado foi trazido à tona e eu me dei conta de como me deixei seduzir, eu clamei pelo perdão de Deus! Totalmente quebrantada e arrependida por ter estado tão cega e tão longe, eu clamei por perdão. Na dependência de Cristo, pude sinceramente declarar que com Deus eu seria feliz, ainda que eu não viesse a me casar, porque minha satisfação de vida estava (e está) nEle, não em um homem. E como foi difícil dizer isso! Como foi difícil fazer morrer o ídolo do meu coração por minha própria vontade.

Nunca permita que seu namoro, seu namorado, seu sonho de se casar, ou mesmo o seu casamento se torne um ídolo em seu coração. Sou prova viva do sofrimento que isso pode causar. Nossa satisfação de vida não está em alguém, mas em Deus. O casamento é uma benção, e hoje casada, posso afirmar isso. Mas nunca, nunca se permita amar mais seu companheiro do que você ama a Deus. Isso é pecado! Deus não divide o trono dEle com mais ninguém, e estar plenamente satisfeita nEle é o bem mais precioso que podemos ter nessa vida.

Espero que minha história te inspire!

Deixe que Deus seja seu deleite e sua plena satisfação, o resto é acréscimo.

Com carinho, Amanda Albuquerque*

*(Nome fictício para preservação da autora)