Você já ficou triste?
Porque ficou triste?
O que fez pra tristeza ir embora?
O que pensou quando estava triste?
Quando fica triste, tem vontade de fazer alguma coisa? A tristeza vem com certa frequência?

Sabia que ficar triste não é pecado? Mas também sabia que, assim como em qualquer outra manifestação emocional, quando estamos tristes nós ficamos vulneráveis para pecar?

Antes de continuarmos, gostaria de te dizer, querida leitora, que minhas palavras não estão generalizando, julgando ou subestimando os problemas que a tristeza traz. Escrevo agora com muito temor e em oração, porque realmente gostaria de te transmitir algo que tenho aprendido através dos aconselhamentos e estudos que tive oportunidade de lidar de frente. Antes de continuar, por mais que você lide com desdobramentos que afetam sua saúde física e psicológica, quero te encorajar a ler o que eu aprendi e considerar a aprender comigo.

Se estamos alegres, somos vulneráveis a pecar, estamos bem e isso é o que importa… Não quero me ocupar com a tristeza do meu irmão… Prazer, indiferença. Não vou deixar pra depois algo que eu mesmo posso resolver agora, independente de como vou fazer isso, prazer, autossuficiência! E sim, estou feliz! Estou feliz porque estou namorando, porque estou solteira outra vez, porque passei na faculdade, porque me formei, porque estou trabalhando ou porque saí daquele emprego chato… e isso é o que me basta, afinal, ser feliz é o que importa, né? É! Prazer, orgulho!

Somos naturalmente pecadoras, é o que sabemos fazer. Nossas emoções, que antes eram expressão de adoração, agora são expressão de idolatria. Se a alegria nos deixa vulnerável, com a raiva, com o medo, com a tristeza não será diferente. E acredito que você, se é uma potência emocional como eu, sabe bem onde sua raiva, alegria, medo e tristeza podem te levar.

Por isso nossa mente deve estar guardada no Senhor Jesus, porque nossa vulnerabilidade exposta por conta da tristeza afeta primariamente e principalmente a nossa mente, nossos pensamentos, e consequentemente, nossa saúde psíquica e emocional. Quando chega nesse nível, o diagnóstico é certo e a solução também: terapia e medicamentos. Infelizmente, o diagnóstico do pecado não é tão certo e nem tão valorizado nesse processo, mas quero te dizer algo: ele existe, ele está aí e ignorá-lo não vai ajudar, temos Saul, Davi, Elias e Judas para nos exemplificar o quanto a tristeza, a dor, o sofrimento, a culpa e o remorso podem gerar por consequência o desejo da morte e até o ato da morte em si, e eles não chegaram nesse ponto da noite para o dia, pelo contrário, levou tempo, e nesse tempo tratar o pecado não foi considerado.
Não, eu não estou dizendo que sua tristeza, dor, angústia, sofrimento, doença é pecado. Mas sim, eu estou dizendo que ele se manifesta nessas situações, e como todo cristão, devemos lutar contra ele (cf. Gl. 5, Ef. 6). O nosso erro nesse percurso, é nos escondermos atrás do rótulo e do diagnóstico e por vezes supervalorizarmos o que sentimos ou passamos no lugar de valorizarmos a Verdade.
Sim, a Verdade. E aqui cometemos nosso primeiro pecado nesse processo: nós mentimos.

Sua tristeza toma uma outra proporção se você alimenta pensamentos mentirosos:

Sobre si mesma: “Não sei fazer nada” – “Sou horrorosa” – “Não sirvo para nada” – “Ninguém vai me querer”;

sobre  as situações: ”Não vou aguentar passar por tamanha vergonha” – “Eles vão pensar isso ou aquilo de mim” – “Minha vida é uma droga”;

sobre as pessoas: ”Ninguém se importa mesmo” – “Meus pais nem sentem minha falta” – “Minha amiga nunca mais vai falar comigo”;

sobre DeusDeus me ama? Me permitindo viver isso?” – “Deus está me castigando e eu nem sei o que eu fiz” – “Onde está Deus?”

e, finalmente, sobre o pecado: “Eu tenho o direito de fazer isso, olha como estou sofrendo” – “Eu fiz tudo certo e é isso que eu ganhei, então vou fazer o que quiser” – “A única forma de solucionar isso é dessa maneira.”

E de mentirinha em mentirinha sua mente se torna escrava a ponto de não enxergar a verdade mais. A mentira se torna a sua verdade, a sua realidade e o alvo da sua fé.

Não é fácil detectá-la se ela já faz parte do seu caráter, mas é possível!

O primeiro passo, como com qualquer outro pecado é o arrependimento. Ah! Você está doente, de luto, frustrada ou triste? Lembre-se que o pecado não deixou de existir por causa disso, e sua vida deve glorificar a Deus em todas as situações (cf. Rm. 11.36, 1Co. 10.31, Rm. 12.1,2) . O alvo da sua tristeza, dor, sofrimento e luto é adorar a Deus. Situações assim te expõe, te fragilizam e tiram de você uma adoração única, diferente da adoração manifesta numa situação confortável. Sua adoração é envolta de sinceridade, clamor, pedidos de socorro e consolo, lágrimas e busca por respostas. Por que entregar tudo isso à criação, se você pode entregar tudo isso ao Criador? Que se faz presente e pode se mostrar, também, de uma maneira única, ainda não percebida?

A vida de Jó tem muito a nos ensinar sobre isso. Jó não fez nada (cf. Jó 2.3) para merecer o furacão de sofrimento que o assolou e apesar da sua busca de passar por tudo sem maldizer a Deus, ele chega ao ponto de não ter desejado ter nascido, de maldizer o dia do seu nascimento, tamanho era seu sofrimento (cf. Jó 3), no entanto, ele conclui sua experiência de dor, tristeza, luto, perdas, doença e sofrimento da seguinte forma:

“Sei que podes fazer todas as coisas; nenhum dos teus planos pode ser frustrado.
Tu perguntaste: ‘Quem é esse que obscurece o meu conselho sem conhecimento?’ Certo é que falei de coisas que eu não entendia, coisas tão maravilhosas que eu não poderia saber. “Tu disseste: ‘Agora escute, e eu falarei; vou fazer-lhe perguntas, e você me responderá’. Meus ouvidos já tinham ouvido a teu respeito, mas agora os meus olhos te viram.
Por isso menosprezo a mim mesmo e me arrependo no pó e na cinza”. Jó 42:2-6

E gostaria de finalizar sugerindo algumas verdades que devemos pensar em vez de pensar em mentiras, baseado nesse texto:

-Pense em quem Deus é e coloque nEle a sua fé, cf. vs. 2

-Pense em quem você é e reconheça suas limitações em oração, cf. vs. 3-4

-Pense na dificuldade como uma oportunidade de aprender mais sobre o Senhor, cf. vs. 5

-Pense no pecado que você está sendo tentada a cair por conta da situação e confesse-o, cf. vs. 6.

Além disso, guarde sua mente no Senhor, pense em verdades, ore e pratique seu cristianismo através da devoção e obediência, cf. Fp. 4. 6-9.

Não consegue fazer isso sozinha? Tudo bem, é difícil mesmo, por isso temos uns aos outros, converse com alguém mais maduro na fé que possa te orientar/aconselhar biblicamente, cf. Tg. 5.16.
Ajuste seu foco e persevere, cf. Hb. 12.1-14, Tg. 1.2-4.

E por último, calma! Um dia de cada vez, cf. Mt. 6.34, não se esqueça que você já tem tudo que precisa, cf. 2Co. 12.9,10 e 2Pe. 1.2,3!

Querida leitora, que o Senhor te capacite a amá-Lo acima de todas as coisas. Não coloque sua fé em pessoas, profissionais, remédios, drogas, amizades, cirurgias, viagens, compras, comida… Coloque sua fé em DEUS!! Ele saberá o que usar e quem usar para te ajudar nesse processo. Que Ele guarde sua mente e que suas emoções sejam para sua glória, bem como todo o seu ser.

Bem vinda a uma experiência única de adoração e amizade com o Senhor!