Imagine uma viagem com tudo pago para uma praia maravilhosa. Ao chegar lá, você fica encantada com aquele belíssimo mar de águas cristalinas com um céu de cair o queixo. Conforme você caminha pela areia, bate uma forte vontade de entrar no mar e dar um mergulho. No entanto, ao mesmo tempo que bate essa vontade, bate também questionamentos. Será que ficar na praia não vai ser melhor? Será que tem outros lugares por ali que serão melhores do que a água do mar? Será que realmente vale a pena se jogar? Entre outras perguntas. Os questionamentos são vários e te deixam confusa a tal ponto que decide ficar na beira da praia mesmo.
Bom, essa cena tem tomado minha mente nos últimos dias. Conheço muitas meninas em frente ao mar, que invejam outras que estão se divertindo dentro dele, mas por não quererem lidar com os desdobramentos de um mergulho, causados por vários questionamentos, preferem ficar sentadas na praia.
Como você já deve imaginar, não estou falando realmente de praia e mar, mas do nosso relacionamento com Deus. Quantas jovens hoje conhecem a Deus, sabem que a vida com Ele é a melhor, mas por indisposição de estudar e praticar o que a Bíblia diz, preferem não se aprofundar no relacionamento com Ele. Meninas que preferem dizer com a boca que a vida com Deus é maravilhosa, mas que suas atitudes, na verdade, estão bem longe dEle. Meninas que preferem admirar outras vidas que desfrutam do relacionamento íntimo com Cristo do que ter suas próprias vidas íntimas com Ele. Pois é… muitas meninas agindo com incoerência.
O mesmo aconteceu anos atrás com os discípulos de Jesus. Eles já andavam com Cristo por vários meses, mas ainda não demonstravam coerência em suas atitudes. E sabe quem os exortou sobre isso? O próprio Jesus!
Jesus estava fazendo um grande discurso em um monte quando se virou aos discípulos e os questionou: “Por que vocês me chamam ‘Senhor, Senhor’ e não fazem o que eu digo?”. (Lucas 6.46a). A intenção de Jesus com esta pergunta era simples: Ele os estava convidando a uma vida coerente, pois não adiantava estar na praia sem entrar no mar. E tal exortação continua:

“Eu lhes mostrarei como é aquele que vem a mim, ouve as minhas palavras e as pratica. Ele é como a pessoa que está construindo uma casa e que cava fundo e coloca os alicerces em rocha firme. Quando a água das enchentes sobe e bate contra essa casa, ela permanece firme, pois foi bem construída. Mas quem ouve e não obedece é como a pessoa que constrói uma casa sobre o chão, sem alicerces. Quando a água bater nessa casa, ela cairá, deixando uma pilha de ruínas”. (Lucas 6.47-49)

Jesus, faz do seu discurso profundo algo extremamente claro. Usando a ilustração dos construtores, Ele mostra aos Seus discípulos que viver um relacionamento com o Salvador é ouvir e praticar o que Ele diz!
Quem dá ouvido a Palavra de Deus – que é a “rocha” que o texto se refere – tem sua vida firmada; não importa o que aconteça, a intensidade e durabilidade do vendaval, ela permanece firme. E sabe que firmeza é essa? A consequência de alguém que decide sair da praia e se jogar.
Quem não quer ter uma vida profunda com Deus, não é mesmo? Todas nós queremos, a questão é que, para isso, precisamos parar de dar desculpas e nos mover em direção a Ele. Isso requer conhecê-lO e praticar o que Ele diz. Isso significa negar lugares, amizades e determinadas ações para renovar a mente com a Palavra de Deus. Isso significa ter atitudes que Ele quer que tenhamos, mesmo que seja difícil e questionamentos nos assombrem.
Querida leitora, o que tem te impedido de se jogar no mar da graça de Deus e agir de forma coerente? Será que são questionamentos mentirosos? É um (ou vários) relacionamento(s)? É um namoro? São as redes sociais? É a preguiça? É algum pecado que não quer parar de fazer? É o quê?
Thomas S. Rainer e Erick Geiger no livro “Igreja Simples” trazem uma frase que me impactou muito: “Fácil é sem esforço”. O mar diante de nós não é fácil. Ele tem ondas altas e agitadas e será necessário muito esforço para nadar. No entanto, Deus promete estar sempre conosco, nos ajudando a nadar nesse mar, que é dEle mesmo. Por isso, pare de chama-lO de “Senhor” sem ouvir e praticar o que Ele diz, seja coerente e se jogue!