“L. C., de 15 anos, tem 3.334 amigos no Facebook e seu objetivo é dobrar suas curtidas atuais. A adolescente afirma que para ter curtidas em suas publicações costuma usar três técnicas: postar durante a semana no período da noite, checar a quantidade de pessoas online e postar fotos aos finais de semanas. A vontade de ter várias curtidas surgiu no começo de sua adolescência. Ela afirma que quando ganha curtidas nas fotos acaba se sentindo mais bonita. Já a adolescente R. F., 15, tem 1982 amigos na rede social e sempre busca postar suas fotos no período da tarde, pois é a hora que todos conhecidos estão on-line. A adolescente afirma que usar efeitos e Photoshop ajuda na hora de ganhar mais curtidas.”

Estamos vivendo na era das redes sociais. Todos os dias quando o despertador toca de manhã, a primeira atitude de muitas pessoas é dar aquela “checada” nas notificações do Facebook ou dar uma olhadinha no que postaram no Instagram enquanto dormiam. Todos os dias, milhares de vídeos são postados no Youtube e milhares de pessoas visualizam os seus vlogers favoritos falando sobre assuntos que nem sempre são tão importantes assim. Quando saímos com os amigos, nunca pode faltar aquela selfie ou aquela foto do prato ma-ra-vi-lho-so que estamos comendo. Além disso, não são poucas vezes que vejo meninas cristãs postando selfies sensuais com uma legenda do tipo “As misericórdias do Senhor se renovam a cada manhã” (Lm. 3) ou “Enganosa é a formosura e passageira é a beleza, mas a mulher que teme ao Senhor será elogiada” (Pv. 31:31).

Quer você busque declaradamente a aprovação e admiração das pessoas, como as adolescentes L. C. e R. F., ou quer você diga não se importar com o que os outros pensam, a verdade é que a opinião que os outros têm sobre você realmente importa muito. Se não fosse assim, você não se arrumaria para sair e nem odiaria tanto aqueles quilinhos a mais que deixam você longe do “padrão de beleza ideal”. Ou talvez você não seja uma menina que liga tanto para aparência física e popularidade. Talvez sua preocupação seja se as pessoas vão te ver como alguém honesto, se suas amigas vão confiar em você ou te achar sábia o suficiente para pedir conselhos. Talvez você esteja até atuando no papel de “melhor aluna da sala”, mas simplesmente não consegue admitir que, por trás das ótimas notas, está na verdade uma ansiedade imensa que toma conta de você toda vez que pensa em ter um boletim vermelho.

Ok, pode ser que você ainda não se sentiu representada por esses exemplos, mas fique tranquila! Vou listar algumas coisas que podem já ter acontecido com você:

-Cansaço por ter que lidar com a “pressão do grupo”;

-Incapacidade de dizer “não” quando pessoas te pedem para fazer algo (mesmo que você não queira, ou não ache correto fazê-lo);

-Vergonha por alguma característica ou acontecimento, o que faz com que você invente algumas “mentirinhas inocentes”;

-Indecisão ou insegurança sempre que precisa tomar decisões;

-Sentimento de “vazio” quando não está perto do grupo ou de um namorado, como se “precisasse” de outras pessoas;

-Sentimento de inveja pelo sucesso de alguém, mesmo que seja alguém querido;

-Sempre e facilmente se irritar com outras pessoas porque não concordam com você ou porque agem diferente do que você esperava/queria;

-Busca por evitar pessoas que “te fazem mal”.

E aí, já se identificou? Talvez tenha uma última pergunta que possa evidenciar o ponto que estou querendo chegar: você já deixou de compartilhar o evangelho com alguém por medo do que ele ou ela poderiam pensar de você? Pois é, agora acho que inclui todos os cristãos.

O objetivo da série “O que vão pensar de mim?” é apontar para uma realidade visível em todas essas situações (e em muitas outras e incontáveis) que é o pecado do Temor a Homens. Para isso, utilizaremos como base para essa série o livro “Quando as Pessoas são Grandes e Deus é Pequeno”. Veja a definição que Edward T. Welch dá no livro a esse pecado: “’Temer’ no sentido bíblico é uma palavra muito mais ampla [do que somente ter medo ou ficar apavorado]. Inclui ter medo de alguém, mas amplia-se a respeitar muito alguém, ser controlada ou dominada pelas pessoas, adorar outras pessoas, colocar sua confiança nas pessoas ou precisar de pessoas.

Queridas, nós fomos criadas para a glória de Deus (Is. 43:7)! Sabem o que isso significa? Que fomos criadas para adorar – somos adoradoras em essência. Assim, podemos adorar o Deus verdadeiro ou facilmente trocá-lo por outro deus (Rm. 1:18-23). Este deus pode ser (e normalmente é) você mesma. Você quer satisfazer seus desejos, quer glorificar sua própria imagem e quer que outros façam o mesmo. Como conseguir isso? Sabemos muitas maneiras. Manipular pessoas, tentar convencê-las ou fazê-las acreditar que somos o que (sabemos) que não somos. Este é normalmente o caminho que todas nós trilhamos. O resultado? Ficamos dependendo da reação ou da opinião das pessoas e acabamos sendo controladas por elas. Por vezes nos cansamos desse jogo e, até podemos cair na autocomiseração (“oh, como eu sou coitadinha!”, “Como ninguém me valoriza!”, etc…). Cansadas, frustradas, APRISIONADAS!

Você identifica o Temor a Homens na sua vida? Não fique paralisada diante do pecado, Deus tem uma vida abundante para todas nós (João 10:7)! Junte-se a nós nessa série e descubra como lutar contra seu pior inimigo: você mesma.