Recebe o nome de “feminismo cristão” (ou igualitarismo) a posição teológica que considera que homem e mulher foram criados iguais em função, em contrapartida, à posição tradicional (ou complementarismo) que considera que as funções são diferentes e complementares, como mencionado no post anterior.

O complementarismo considera que a queda trouxe uma disfuncionalidade entre os diferentes papéis entre homem e mulher e, ao invés de harmonia, por causa do pecado, há competição. Em Cristo (Ef 5.) o relacionamento é restaurado e as diferentes funções refletem o próprio Deus. Já o igualitarismo considera que a queda trouxe uma hierarquia funcional entre homem e mulher, ou seja, o pecado gerou as funções e, em Cristo, elas cessam.

O problema é que essa rejeição de gênero do “feminismo cristão” (entre aspas, pois já afirmamos ser impossível tal relação – confere lá no primeiro post) gera sérias consequências. Se na função exercida entre um casal não há diferença de gênero, logo, não faz a mínima diferença em quem o cônjuge é. A visão igualitária é, no mínimo, mais aberta à questão LGBTQ+, além de trilhar caminhos que podem levar ao questionamento da inerrância das Escrituras.

Ao se questionarem as funções, o caminho é muito curto para se questionar o gênero. Ao se questionar gênero, se abrem inúmeras possibilidades de sexualidade e, diante de tantas possibilidades, as pessoas têm perdido sua identidade. As bases elementares da identidade humana e do relacionamento entre homem e mulher foram dadas já nos dois primeiros capítulo de Gênesis, refletem o relacionamento entre Deus e seu povo e apontam para o futuro glorioso das bodas do Cordeiro. Quando as funções são questionadas, é muito provável que importantes verdades bíblicas sejam severamente ofuscadas.